terça-feira, 24 de abril de 2012

Críticos de cinema, essa raça

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Por gostar de cinema e de ler jornal, desde muito cedo tive contato com críticas de cinema. Na minha adolescência, a internet ainda era um mera sombra do que hoje se tornou e ainda dependíamos muito do que os jornais e revistas traziam a respeito dos filmes. Mas as coisas mudaram, hoje qualquer um pode dar pitaco a respeito de um filme – este que vos escreve, inclusive – e o resultado é uma verdadeira salada de estilos e opiniões. Às vezes, um mesmo filme causa impactos variados, inspirando críticas tão diversas que se duvida se fulano e beltrano assistiram ao mesmo filme. (isso sem considerar o fator "ego inflado" que atinge 90% deles...)
Mas não é disso que quero tratar aqui. Queria comentar um pouco sobre os tipos de críticos de cinema, essa raça tão diversificada na era da web 3.0.

O Senhor da Verdade
(Criticus sapiens veritas)
Esse é um dos mais irritantes tipos de críticos que existem. Só ele fala a verdade, só ele sabe dizer se uma determinada obra presta ou não. Afinal, ele é deus, mesmo que negue isso. Depois de anos de estudo - embora seja impossível achar qualquer referência a respeito até mesmo sobre onde tenha cursado o ensino médio - essa espécie acredita piamente na sua suprema sabedoria. Tente contestar uma criatura dessas! O referido espécime irá revidar com argumentações pomposas, irônicas e, frequentemente, arrogantes. Negaria a teoria gravitacional de Newton se fosse possível, mesmo com todos dizendo (e provando!) que ele está errado. E quando admite o erro (um evento tão raro que é digno de registro em pelo menos quatro mídias diferentes, se possível), se desculpa sem se retratar. É como se você xingasse a mãe de todo mundo e, quando se visse cercado de pessoas colocando-o contra a parede, simplesmente dissesse: "olha foi mal, falei demais... mas ela é". Claro que o veritas não faz a coisa assim, tão na cara. Ele sabe ser sutil quando é preciso, embora geralmente faça o estrago semelhante a uma manada de rinocerontes atrozes descendo a Serra das Russas.

O Seguidor do Senhor da Verdade
(Criticus sapiens veritas discipulum)
Esse tipo costuma nascer por brotamento ou bipartição. Na verdade, eles nascem é da tabaquice extrema de serem baba-ovos profissionais dos veritas. Crêem que uma simples oficina ou minicurso ofertada por um veritas já o dota de todo vasto cabedal de conhecimento humano, permitindo a ele julgar, sem medo de errar, absolutamente tudo. A maior habilidade do discipulum é a mimetização: ele imita tão bem o veritas do qual se originou que chega a ser indiscernível! O discipulum não passa de um reprodutor do conhecimento alheio, acreditando que é impossível ser um bom crítico sem seguir o livro de receitas do seu progenitor.

O Blockbuster-Hater (ou O Amante do Filme de Arte)
(Criticus sapiens fundajis)
O fundajis é uma verdadeira praga. Toda redação de jornal, revista ou portal tem o seu, nem que seja por curta temporada. O fundajis começa sua vida na fase larval, nos corredores dos cursos de jornalismo ou cinema. Se já não era cabeça antes de passar no vestibular, ficará assim que tiver sua primeira aula de Crítica de Cinema. É frequentador assíduo do Cinema da Fundação e das sessões de arte nos Multiplexes (colocadas malandramente nos piores horários da face da terra, já notaram?). Mas se tem um lugar onde o fundajis se sentirá (ainda mais) em casa é num cineclube.
O fundajis dificilmente se limita a escrever sobre cinema: ele investe no cinema (de arte). Ele quer ser idolatrado pelos universitários cabeçudos, quer ter seus filmes passando nos circuitos alternativos da cidade (ou simplesmente em alguma aula de cinema ou jornalismo) e disputar prêmios em festivais mundo afora. A maior deficiência evolutiva do fundajis é sua estrutura cerebral, que o faz acreditar ser o melhor cineasta do mundo.
Para esse espécime, todo filme minimamente comercial é uma bosta. Se for blockbuster, então, é o próprio anúncio do apocalipse. Para ele, filme bom é filme iraniano. Daqueles que são um tédio e ninguém entende nada.

O Crítico Vendido
(Criticus sapiens jabbah)
Nunca confie no que um jabbah escreve sobre um filme! Todos os seus textos são sempre elogiosos demais, não conseguiria ver uma falha nem que ela chamasse por seu nome num megafone colado ao seu ouvido. É o tipo de sujeito que tem uma vasta (eu diria até beirando o infinito) coleção de filmes, CDs e livros (todos gentilmente cedidos para a editoria de cultura...) e sempre é convidado para todos os eventos de gravadoras, estúdios/distribuidoras ou editoras...

O Crítico Artista
(Criticus sapiens globalis)
O que raios o globalis pensa que faz? Em momento algum da história o globalis foi mais do que um nome conhecido na mídia. De repente, por motivos que até Deus (que é brasileiro, especialmente se você levar em conta Antônio Fagundes ou @OCriador) desconhece, o globalis acaba virando referência em crítica de cinema. Mas desde quando ele é isso? Nunca nem se ouviu falar da espécie como um grande entendedor de cinema e de uma hora para outra você é forçado a aceitá-lo como autoridade no assunto, especialmente quando se assiste a uma mal dublada noite do Oscar na TV aberta...

Bem, é claro que há muito mais que não foram mencionados aqui. Se alguém tiver alguma descrição dos espécimes não incluídos aqui, sinta-se a vontade para colaborar nos comentários. ;D

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sábado, 14 de abril de 2012

"Si este es el futuro que me espera, no lo quiero"

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Um vídeo de apenas 4 minutos tem dado o que falar no México, em pleno momento de campanha eleitoral para presidência do país. Produzido pela ONG Nuestro Mexico del Futuro, mostra crianças no papel de adultos. Até aí, não parece nada demais... Até que você repara que a maioria dos personagens são traficantes, corruptos, imigrantes ilegais e moradores de rua, retratando o que seria o futuro do México se o país continuar afundando cada vez mais na marginalidade, nos desvios públicos e até mesmo na degradação ambiental. Polêmico é pouco para descrever as cenas. Os detratores do vídeo defendem a integridade das crianças que participaram do vídeo. Quem apoia discute o teor [de fato, relevante] do vídeo, pois é justo nas eleições presidenciais que se cria aquele clima de "o que será do futuro?". O vídeo termina com uma menina mandando uma mensagem aos principais candidatos ao governo do México. Mais direta, impossível.
"Se este é o futuro que me espera, eu não o quero. Basta de trabalhar para seus partidos e não para nós. Basta de consertar o país bem por cima. Sra. Josefina, sr. Andrés Manuel, sr. Enrique, sr. Gabriel: o tempo acabou. O México já chegou ao fundo do poço. Vocês só querem a cadeira presidencial ou vão mudar o futuro do nosso país?"


A Nuestro Mexico del Futuro também produziu um vídeo onde os atores mirins comentam como gostariam que fosse o México do futuro deles. São opiniões no mínimo interessantes, onde a violência e as drogas são os alvos principais das críticas. Espontâneo ou não, consegue passar o recado do mesmo jeito.


Pessoalmente, não consigo ver mal no primeiro vídeo. Causa choque ver crianças atuando como marginais e políticos corruptos? Claro que sim! É essa a intenção, chocar. Fazer um vídeo com adultos provavelmente não chamaria nem um quarto da atenção que conseguiu - foram mais de 2,6 milhões de acessos no YouTube. E mais: todos esses pequenos serão adultos um dia, e se o país não se preparar devidamente, eles poderão, sim, acabar na rua, no narcotráfico, na imigração ilegal, na política corrupta. Então, que o candidato vencedor possa ao menos dar o ponto de partida para uma mudança positiva no México.

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Wesley Prado é recifense, leonino, quase jornalista e nostálgico. Lembra da queda do Muro de Berlin. Simplesmente louco por quadrinhos, RPG, livros e cinema. Criador do Caixa da Memória, mas humilde demais para querer ser chamado de deus ou papai.

Criatividade, a gente vê na Coca-Cola

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Uma campanha publicitária que encontrei no excelente blog Mídia Mundo chamou demais minha atenção. Aliás, não só a minha, mas a de muitos jovens na Austrália, pelo visto. Trata-se de uma estratégia inovadora e que apesar parecer louca do início, provou-se de uma genialidade sem igual.

Por incrível que pareça, a Coca-Cola não tinha grande penetração de mercado entre o público jovem australiano. Foi verificado, inclusive, que metade deles nem sequer tinham provado uma coke no mês anterior a campanha. A solução encontrada pela gigante dos refrigerantes foi dar nomes de pessoas às garrafas do viciante líquido negro. O que era uma simples e corajosa ação de marketing se desenvolveu de uma forma que trouxe rendimentos espetaculares à marca Coca-Cola. Sacada genial!

O vídeo abaixo dá mais detalhes sobre a campanha.

'Share A Coke' from Work For Awards on Vimeo.


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Wesley Prado é recifense, leonino, quase jornalista e nostálgico. Lembra da queda do Muro de Berlin. Simplesmente louco por quadrinhos, RPG, livros e cinema. Criador do Caixa da Memória, mas humilde demais para querer ser chamado de deus ou papai.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Abril Vermelho - 1 ano de Redbox

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A editora que reaqueceu o mercado de RPG nacional com o seu hit Old Dragon está completando 1 ano de atividades nesta data querida! E seguindo o clichê de "quem ganha o presente é você", a Redbox preparou uma sensacional promoção na sua loja virtual. Usando o cupom redbox1ano nas hora de comprar, você terá 25% de desconto. Sim, amigo, 25% de desconto, você não leu errado. E se isso já não fosse o bastante, todos os produtos estão com frete grátis!

A promoção é válida até 30 de abril ou até acabarem os estoques. É o Abril Vermelho da Redbox! Vale lembrar que o único produto fora da promoção é o Space Dragon, o mais recente título da editora e que está em pré-venda desde o início da semana.

Mas o Abril Vermelho não é só desconto e frete grátis, não senhor! A editora anunciou lançamentos especiais para este mês, e o primeiro já revelado é Lady Blackbird, um módulo de RPG pronto para jogar, com sistema e ambientação próprios. A edição brasileira, assim como a original, será gratuita (é presente, pô!) e deve estar disponível até o fim do mês. Além disso, mais suplementos gratuitos para Old Dragon, uma para The Shotgun Diaries e a versão fast play do Space Dragon. Não é por acaso que a Redbox tem crescido tanto e acumulado uma legião de fãs em tão pouco tempo.

Tá esperando o que? Corre pra loja virtual da Redbox e faça sua feirinha rpgística!

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Wesley Prado é recifense, leonino, quase jornalista e nostálgico. Lembra da queda do Muro de Berlin. Simplesmente louco por quadrinhos, RPG, livros e cinema. Criador do Caixa da Memória, mas humilde demais para querer ser chamado de deus ou papai.

terça-feira, 3 de abril de 2012

[Psicotrópicas] Cidades Putas

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São 15h. Como odeio estas meias-tardes modorrentas, tão mortas quanto pássaros abatidos a tiros de badoques por moleques endiabrados. Nem ao menos uma chuva para acalentar o calor intragável dessa cidade em pleno verão tropical. Mas também, nem ia adiantar muito. Seria trocar o calor pelo caos de canaletas entupidas, a água sem ter para onde correr. Recife e sua irmã, Olinda (ou seria mãe, visto que esta é mais velha que aquela?), são como duas putas acostumadas a pisa de macho safado. Bonitas, cheias dos encantos e enfeites, se encontram malamanhadas pela constantes surras que sofrem diariamente.

Aí como queria largar essas duas! Quem sabe me entregar nos braços de puta modernosa feito São Paulo, vestindo a última moda de Milão e com o nariz enfiado em cocaína. Epa, minto eu. O negócio que ela curte agora é crack. Pó é para os fracos. Melhor não. Se envolver com puta drogada pode ser bacana no início, mas depois cansa, vira caso de internação ou de polícia. Quiçá, caixão e vela preta. Passo.

Mas tem também aquela safada, Rio de Janeiro, de pernas abertas pro mundo o ano inteiro. Vive de pele bronzeada nas areias bem frequentadas de Copacabana pela manhã, e nos bailes funk e rodas de samba noite adentro. Ouvi dizer, porém, que ela tá cheia das más companhias. Tem sido vista aos amassos com “chefes” de morro, mulata numa mão e AR-15 na outra. Pior: já me disseram que até com jogador do Flamengo ela tem andado... Melhor esquecer essa também. Com puta mal frequentada, basta pegar na mão. A sua reputação ou o seu pinto, ao menos um dos dois sai podre nessa história.

Mas será que num sobrou nenhuma outra? Nenhumazinha? Natal é linda, faceira como Deus quis, mas só quer saber de turista europeu, cheio de amor (e euros) pra dar. Sorry, baby, mal tenho dinheiro pro aluguel, quanto mais pra te sustentar. Quem sabe, se um dia a coisa melhorar... Maceió e João Pessoa, aquelas pequenas provincianas... Casaria com elas se não fossem tão lesinhas, tão paradinhas. E se você um dia me vir aos agarros com aquela Salvador, pode chamar a ambulância e me internar!

Tem outras tantas oferecidas por aí, cheia de abraços e chaves de perna (pra não dizer de outras coisas), aqui e lá fora, do outro lado do mar. Mas depois de tanto tempo, tanto conviver, de saber o gosto, de saber que não vou esquecer esse gosto e trocar por outro, de sentir o sal do mar no beijo gelado do vento, do ruge-ruge e das patadas cotidianas, do inusitado e do comum do dia a dia, quer saber de uma coisa? Não largo essas duas quengas, Olinda e Recife, por nada nesse mundo! Pode me chamar de besta se quiser. Mas depois, não morra de inveja. Afinal, quantos podem dizer por aí que pegaram duas, mãe e filha, ambas jeitosinhas, cheias de charme, hein?


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Avacyn, Anjo da Esperança

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Numa ação promocional via Facebook, a Wizards revelou um dos cards icônicos do próximo set de Magic, Avacyn Restored, a ser lançado no dia 4 do mês que vem.

A brincadeira consistia dos assinantes da página do Facebook compartilharem um determinado post, que se atingisse 10 mil compartilhamentos, o card seria revelado. Tudo remetendo à fuga de Avacyn da Câmara Infernal (Helvault).
Chega de lero-lero. Fiquem com o card de Avacyn, Angel of Hope.


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Wesley Prado é recifense, leonino, quase jornalista e nostálgico. Lembra da queda do Muro de Berlin. Simplesmente louco por quadrinhos, RPG, livros e cinema. Criador do Caixa da Memória, mas humilde demais para querer ser chamado de deus ou papai.