sábado, 27 de novembro de 2010

Eu tô priu (ou A vingança da entrevistada contra a repórter metida a besta)

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Esse vídeo, que já rola YouTube há pelo menos dois anos, é um exemplo de mau jornalismo. Mais precisamente, de como não fazer uma entrevista.


Obs: mesmo se este vídeo for fake, ainda assim fica a dica, ok?

Você não vai conhecer nada

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Novo filme de Woody Alllen é insosso, vagaroso e não leva a lugar algum. Grande decepção, especialmente para não fãs do diretor.


A sessão já tinha começado há uns 5 minutos. Ingressos comprados às pressas. Dificuldade na hora de achar o lugar marcado. E depois, mais de uma hora de puro marasmo e decepção. Assim foi assistir Você Vai Conhecer o Homem dos Seus Sonhos, uma das estreias da semana, e que não vale nenhum esforço. Talvez a expectativa por um bom filme tenha atrapalhado. O que aconteceu - e digo isso com uma coragem que nem sei, considerando o diretor quem é, um queridinho dos cults - é que o filme é ruim.

Calma, esperem antes de atirar pedras.

Não sou especialista na obra de Woody Allen. Na verdade, quando o assunto é filmografia, deixo muito a desejar. Mas, quando o sujeito se presta a assistir um filme unicamente pelo nome do diretor, ele espera algo. No meu caso, que não conhecia nada da obra de Allen, eu simplesmente fui às cegas, esperando achar um filme inteligente, com situações cômicas e que tratasse do humano por um aspecto bem particular e sincero. Bem, posso dizer que encontrei essas coisas - ao menos um pouco delas.

O filme é inteligente? Sim, de fato. A história segue aquele tipo manjado, onde não há um protagonista central supervalorizado, mas sim várias personagens, de igual importância, preenchendo cada uma o seu nicho e se costurando a medida que o filme se desenrola na tela. Só que o roteiro carece de algo que conquiste o espectador, e fica lá, perdido na tela, sem rumo. Tem momentos cômicos? Sim, mas são poucos (eu esperava mais) e as gags são tão fracas que o riso sai meio amarelo, exceto por umas poucas cenas de Gemma Jones (a Madame Ponfrey, da série Harry Potter), interpretando a típica sogra que implica com o genro e que, pra piorar, segue fielmente os conselhos de uma vidente fajuta. O humano sob aspecto particular e sincero? Também, mas eu não diria tão sincero assim. Vê-se em "Você Vai Conhecer..." personagens bem críveis, mas que ficaram meio mal ensaiados. Os atores parecem inseguros, assim como seus respectivos papéis, e termina sendo (mais que) um pouco cansativo ver tantas situações parecidas que não se resolvem, ficam pela metade ou, quando chegam a algum lugar, conseguem apenas prolongar a frustração.

 Freida Pinto encantando com seu violão

A despeito do título, o filme não tem um público-alvo definido por gênero, mas sim por faixa etária. Adolescentes, especialmente os medianos, se aborrecerão. E quanto mais próximo estiverem da classificação mínima, 12 anos, mais certo que isso aconteça. Não é um filme complexo, se é isso que meu texto está fazendo parecer. É apenas um carrossel, girando e girando sem sair do lugar. Tanto que quando o passeio chega ao fim, a descrença é imediata. Sim, meus caros, estamos falando de final aberto... Não tenho nada contra, mas no caso de "Você Vai Conhecer...", eu diria que foi, no mínimo, mal feito. Não foram poucas as expressões de frustração que eu vi quando saí do cinema...

Alonguei-me até demais para um filme que nem merecia tanto. "Você vai conhecer..." não chega a ser um desperdício, mas se puder, fuja, escolha outro filme. É um bem que fará a si mesmo. Não vale a pena gastar seus preciosos cobres para ver um Anthony Hopkins desperdiçado ou um Antonio Banderas numa das piores interpretações de sua carreira. Nem mesmo a belíssima Freida Pinto (Quem Quer Seu Um Milionário?) vale o ingresso.

Você Vai Conhecer o Homem dos Seus Sonhos
NOTA: 6/10

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Esse 6 foi só para dar uma chance a Woody Allen. Vou procurar outros filmes do cara para ver se ele se "redime" comigo. :D

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

[Post Tardio] Bichin de Alonso!

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Eu sei, faz uma semana que a temporada da F-1 acabou, mas eu precisava postar essa foto, que saiu no Diario de Pernambuco do dia 15/11...


Não dá um pena?

domingo, 21 de novembro de 2010

Aposentadoria Nada Tranquila

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RED – Aposentados e Perigosos traz elenco de primeira, ótima mistura de ação e comédia e cenas bombásticas. Uma combinação muito bem vinda.

Por que, após anos de serviço, mostrando com orgulho uma ficha de grandes colaborações, o sujeito tem que se aposentar e viver uma realidade cercada pelo marasmo e pela sensação de inutilidade? Ainda mais quando se é um agente secreto? Em RED – Aposentados e Perigosos, vemos como a aposentadoria pode ser nada tranquila. Bruce "McLane" Wilys (perfeito no papel, com seu jeitão cínico de sempre) interpreta o agente Frank Moses, um tiozão que prestou grandes serviços para seu país sob comando da CIA e que, atualmente aposentado, vê nas conversas com Sarah Ross (Mary-Louise Parker, uma gracinha), teleatendente do INSS, a única grande aventura de sua vida.

É quando Moses se vê numa conspiração, caçado pela própria agência em que trabalhava, que ele aproveita para voltar aos velhos tempos. Sarah é arrastada por Moses, já que também é alvo da agência, e as incríveis cenas de RED começam a pipocar – literalmente – aos nossos olhos. Desde de Inimigos Públicos que eu não via tantos tiros num filme! E olhe que RED tem vários momentos da mais absoluta calmaria, com diálogos inteligentes e personagens envolventes.

Ei, esses caras são bons, pode acreditar!
Os personagens principais brilham graças ao elenco, coisa da qual não se pode reclamar em RED. Além de Wilys como protagonista, Morgan Freeman como um galanteador agente já sem grandes expectativas na vida, John Malkovich como um paranoico eremita, desconfiado de tudo e todos e que recebeu doses diárias de LSD por anos, e Hellen "A Rainha" Mirren, uma simpática senhora cujo maior dom é a inegável competência com armas de fogo!

Agente Cooper: tenha medo.
Se o elenco principal já não fosse bom o suficiente, os coadjuvantes não deixam nada a desejar, como Karl Urban, que interpreta o agente Cooper, um jovem e habilidoso agente de sangue frio e grande perspicácia; Brian Cox, no papel de um agente da KGB que terminou seus dias atrás da burocracia de uma embaixada e Richard Dreyfuss, que aparece pouco mas tem muita importância na história, como um traficante de armas do pior tipo.

Aposentados, sim. Parados, nunca!

O primor de RED está em criar um universo próprio, bem amarrado, baseado num tipo já bem desgastado pelo cinema, que é o agente secreto. Ao usar de personagens "voltando" da aposentadoria para derrotar o vilão, meio que subestimados por seus perseguidores, além de muito bem construídos, o filme nos dá momentos de êxtase e tensão puro. Você torce - e muito - pra que Moses e sua turma consigam vencer o vilão. Aliás, o posto de vilão nesse filme troca de mão um certo número de vezes, o que é legal, pois deixa o espectador na incerteza do que esperar deste ou daquele personagem. Parabéns para os roteiristas Jon e Erich Hoeber e pro diretor Robert Schwentke por conduzirem tão bem este filme.

Hellen Mirren e sua metranca nervosa!
O início meio quieto demais do filme é só um embuste para as cenas estupidamente agitadas que virão depois. Tiroteios, perseguições de carro, explosões e claro, planos mirabolantes que todo filme de agente secreto tem que ter. E um pouquinho de road movie, absorvidos por nós, sortudos espectadores, na forma de postcards interativos com o ambiente do filme. #cool. RED lembra um pouco outro filme muito bacana, Snatch - Porcos e Diamantes. A diferença maior fica por conta de um elenco ainda mais afinado e de uma trama que busca referências numa época de mundo bipolarizado, bem ao gosto de James Bond de Sean Connery. Acontece que os tempos mudaram, tanto na história mundial como para os personagens de RED. O filme, apesar de pouco se importar com mensagens cult, talvez deixe o recado mais básico do mundo: não é porque se é velho que se chegou ao fim. Os personagens de RED dariam os típicos tios, vovôs e vovós que todos gostaríamos de ter: verdadeiros super-heróis. (Bem, acho que eu ninguém ia curtir um avô doido como Marvin Boggs, personagem de Malkovich...)

Comic Book

Capa da hq
Falar em super-heróis, RED é baseado em quadrinhos de Warren Ellis e Cully Hamner, lançados recentemente no Brasil, pela Panini, numa compilação contendo os três volumes originais. Tendência mais do que comum em Hollywood nos últimos anos. Dei uma folheada rápida - aliás, uma tuitada, de tão rapida - e achei o filme bem mais interessante. Primeiro, porque na hq, o tema da violência é exageradíssimo, e segundo, o elemento de comédia existente no filme deve ser lenda. Típico caso de adaptação que apenas se inspirou na obra original. Claro, nada que uma lida com mais calma não resolva. Talvez eu até esteja errado e o quadrinho tenha mais a ver com o filme do que estou dizendo!

Últimas palavras

RED é um filmaço. Vale a pena cada centavo do ingresso. E ver Hellen Mirren metralhando tudo que vem pela frente é, com certeza, uma das melhores coisas pra se ver num cinema!

RED - Aposentados e Perigosos
NOTA: 9.8/10

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Memórias do Inferno

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Art Spiegelman, explora, em quadrinhos, todo o horror do Nazismo através das memórias de um sobrevivente, seu próprio pai, e cria uma obra densa e verdadeira, fazendo o leitor perder o fôlego em vários momentos.





Como conseguir retratar a crueldade da Segunda Guerra Mundial através de quadrinhos, sem usar de uma arte realista e com algo que a fizesse se destacar das demais obras semelhantes? Talvez Art Spiegelman tenha respondido a pergunta quando concebeu Maus – A História de Um Sobrevivente, um dos relatos mais crus sobre a perversidade humana e sobre o referido momento histórico, palco de uma das filosofias políticas mais terríveis que o mundo conheceu: o Nazismo.

Maus (rato, em alemão) é um livro em quadrinhos. Uma graphic novel (ou “novela gráfica”), para ser mais exato. Quando foi lançado no Brasil, numa edição compilada (a obra foi originalmente publicada em dois volumes), os quadrinhos em suporte livro eram algo meio novo no país. Coisas como Persépolis, Watchmen, Cachalote, Scott Pilgrim, Retalhos e as coletâneas de Charlie Brown, por exemplo, só ganharam o gosto do público com o tempo. Quando se pensava na expressão história em quadrinhos, automaticamente se pensava numa revista, de não mais que 100 páginas, talvez. Hoje em dia, os quadrinhos viraram artigo de luxo, ganharam respeito no mercado – o que é ótimo, por sinal! (Só para lembrar, Maus ganhou o Pulitzer em 1992, prêmio que honra trabalhos de excelência nas áreas de jornalismo, literatura e música) Cada vez mais editoras se interessam em lançar obras estrangeiras e os autores nacionais tem ganhado mais espaço, com recepção positiva de crítica e público, como o autor da tirinha eletrônica Malvados, André Dahmer.

Portanto, com toda essa virada nas hq’s (e olhe que estamos falando de uma virada que ocorreu há pouco mais de cinco anos!), imagine o impacto quando alguém se deparava com Maus na prateleira. O livro, apesar de tratar de um tema tão pesado, teve uma sacada que alguns talvez nem acreditem ser possível: Spiegelman retratou todos os seres humanos com traços animais. É mais ou menos como nos desenhos da Disney, com a diferença que em Maus não há nenhuma infantilidade nisso. Os judeus são ratos, os alemães, gatos, e os americanos, cães. Outras nacionalidades/etnias aparecem na obra, como poloneses porcos, um francês sapo e uma cigana borboleta. Essa escolha foi uma jogada genial de Spiegelman, pois tanto suaviza como aprofunda a narrativa – pensar nos judeus como ratos perseguidos pelo inimigo natural, os gatos nazistas, soa algo terrível, não acham?

"Amigos? Seus amigos?... Se você trancar eles num quarto sem comida por um semana, aí você ver o que são amigos!..."


Em Maus, Spiegelman narra a saga de seu pai, Vladek, judeu polonês, desde antes da guerra, prestes a conhecer sua primeira esposa (e grande amor) na Polônia, até alguns anos após o fim da guerra. No meio disso, vemos a ascensão do Partido Nazista, o início da perseguição aos judeus, a guerra invadindo a vida dos europeus; miséria, fome e doenças por toda parte; as estratégias às vezes inacreditáveis de sobrevivência e, pasmem, momentos de poesia e doçura. Sim, pode existir doçura numa guerra, quando o melhor do ser humano consegue aflorar mesmo em meio a tanta decadência e sofrimento.

Esse é o outro diferencial de Maus: o humano. Assim como conhecemos de perto (um pouco perto demais, eu diria, dentro do lapso temporal que nos separa do período de 1939-45) as barbaridades cometidas não só pelos alemães nazistas como também judeus e não-judeus que, ora por falta de caráter, ora pelas circunstâncias, praticaram atos recrimináveis para escapar das agruras do regime de Hitler, também conhecemos personagens capazes de encontrar esperança onde não havia mais nada a perder. Pessoas quase mágicas, que talvez sequer imaginem o enorme bem que fizeram com gestos tão simples. 




O traço simples, porém forte, de linhas expressionistas, combinada a narrativa sincera e carregada de significados, joga o leitor numa tensão absurda e irresistível, aonde se vai das lágrimas ao riso, com direito a arrepios no intermezzo, seja de medo ou de alívio. Maus é o tipo de leitura em que, uma vez aceito o compromisso, é preciso consciência de que não será só mais um livro na sua vida. É o relato de alguém que foi ao inferno e voltou, com todas as cicatrizes como prova. E algumas delas ainda vão sangrar bem na sua frente...

Maus – A História de um sobrevivente
Autor: Art Spiegelman
Tradução: Antônio de Macedo Soares
Preço: R$45,50
Editora: Companhia das Letras
Ano: 2005

- x - x - x - 

-A fala de Vladek, destacada no meio do texto, parece estar errada, mas não está. A edição da Companhia das Letras preferiu dar um tom de sotaque alemão às falas de Vladek, algo muito mais condizente com a situação dele: um homem maduro que tinha o alemão como língua nativa e que se refugiou nos EUA.


-Todas as figuras são de uma edição mais antiga, em dois volumes como na original, pela editora Brasiliense.


-Nem preciso dizer que tenho Maus já há algum tempo e que é um dos meus livros favoritos, não é?

-E a título de comentário, Maus teve problemas para ser publicado na Polônia... Adivinhem por quê?

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Cinema de Elite

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Tropa de Elite 2 repete o fenômeno do seu antecessor, com conteúdo mais encorpado e prova que o cinema de ação é um gênero a se apostar na filmografia brasileira.


"Agora é pessoal"
Capitão Nascimento. O mais próximo de um super-herói que o Brasil já teve nos cinemas. Assim como Batman, ele não tem nenhum superpoder, se valendo apenas de armas (no caso do capitão, armas de fogo) e apetrechos tecnológicos para combater o crime. Como Superman (o clássico), enfrenta os bandidos seguindo um código de ética incorruptível; a diferença fica por conta de que ética ele segue... Não aceita os corruptos na corporação, não aceita os politiqueiros de plantão a se banhar no dinheiro público, mas não hesita em descer uns tabefes em alguém ou em torturar um menor para obter confissão.

Isto era o que você conhecia do capitão Nascimento. Agora, ele é coronel...

Tropa de Elite 2 foi cercado das maiores expectativa e de um esquema de segurança blindado para que a pirataria não se fartasse nas cópias ilegais antes da estreia (como ocorreu no primeiro). Já era o filme nacional do ano meses antes do seu lançamento. Quando estreou, um mês depois do espírita “Nosso Lar”, a cine-experiência brasileira em “ficção científica sobrenatural”, roubou o primeiro lugar das bilheterias com o assombro de uma ação do Bope. Rapidamente chegou aos 3,5 milhões de espectadores. Menos de um mês depois da estreia, passou dos 6 milhões. É como se a cada hora, 11900 pessoas assistissem Tropa de Elite 2!

O investimento na produção é inegável. Logo de cara, temos o carro de Nascimento metralhado numa sequência em câmera lenta digna de filmes de ação hollywoodianos. As imagens são calculadas com cuidado, não deixando nada semelhante ao “velho estilo” nacional de câmera descuidada, sem se preocupar realmente com o que está sendo filmado. Das cenas aéreas num helicóptero, caçando traficantes a tiro de fuzil, as da invasão do “caveirão” (apelido do carro blindado padrão do Bope) no último morro ainda livre das milícias, o diretor José Padilha conduz seu filme com a mão de um oficial caveira.


Mathias (André Ramiro) invadindo Bangu I
Falando em milícias, elas são o novo inimigo do capitão. Com os traficantes fora de jogo, os policiais corruptos veem uma seara aberta para negócios escusos e uma política de medo, controlando os favelados com a mesma crueldade do narcotráfico. “Tropa de Elite 2” tenta não só explicar o surgimento e dominância das milícias, como também suas consequências e renovações. O tão mal afamado sistema que coronel Nascimento combate desde o primeiro filme. E o debate está apenas começando...

Voltando ao nosso (anti-)herói, Tropa 2 se passa quinze anos após o primeiro, com Nascimento atuando dentro da secretaria de segurança do Rio de Janeiro, num trabalho mais burocrático mas nem por isso menos importante. O problema é que, como tantas vezes divulgado no trailer, ele demora para perceber quem são seus verdadeiros inimigos: políticos canalhas que aceitam negociatas com policiais corruptos pela manutenção de seus cargos, e com apoio da mídia! Esse vai e vem do poder vai impregnando a narrativa, de maneira que lá pelo meio do filme você já tem um nojo abissal de cada um deles...

Fraga (Irandhir Santos): uma complicação na vida do coronel do Bope
Mas nem todos estão cegos em Tropa de Elite 2. Além de Nascimento, outra figura antitética ao já lendário personagem vem dar o ar de sua graça na tentativa de um Estado mais justo: o deputado Fraga, vivido pelo talentoso Irandhir Santos. Esse pernambucano já mostrou a que veio em obras como "A Pedra do Reino" (2007, minissérie), "Baixio das Bestas" (2006) e "Viajo porque preciso, volto porque te amo" (2009). O deputado Fraga, no modo Nascimento de dizer, é um intelectualzinho de esquerda de merda que não conhece porra nenhuma da real dos bandidos. Fraga é contra a superlotação prisional, é um defensor ferrenho dos direitos humanos e um espinho na vida de Nascimento: além de se opor publicamente ao seu trabalho, ele é casado com sua ex-esposa  e vive mais com seu filho, já um adolescente, do que ele próprio!


Aliás, o personagem vivido por Wagner Moura sofre, viu? Curiosa a humanização do personagem, não mais apenas a máquina de matar bandidos do primeiro filme, mas um homem maduro, um oficial experiente, que tenta buscar soluções mais razoáveis e menos desnecessárias. Interessante vê-lo reprovar insistentemente uma entrada do batalhão num reduto do narcotráfico quando ainda lembramos a operação de vingança que fecha o filme anterior. Além das pedreiras no caminho do seu novo cargo, a esfera familiar arruinada joga nosso caro capitão (digo, coronel) na merda, como ele bem diria. E no meio disso, sobram choques com Fraga.


O desenrolar do filme conduz a uma trama cheia de sordidez e corrupção, onde o destino de dois homens tão opostos vai inevitavelmente aproximá-los, dando ao filme um desfecho quase épico – e ainda uma brecha para uma possível continuação. Já não bastasse o roteiro bem amarrado, o elenco inteiro dá show. Além de Wagner e Irandhir, o retorno de Milhem Cortaz (capitão Fábio), Sandro Rocha (Russo) e o acréscimo de André Mattos (Fortunato, um típico apresentador de programas policiais) e Seu Jorge (Beirada, um chefão do tráfico em Bangu I) fazem de "Tropa de Elite 2" uma película respeitável em termos de atuação.


Aê, malandro, corre pra assistir!
Bem, isso é tudo que posso comentar sem dar spoilers a quem ainda não teve a oportunidade de ver. Recomendo muito Tropa de Elite 2, um filme que com certeza vai deixar você com a sensação de ter levado uma voadora no peito. Com os dois pés. Assista, sem preconceito por ser filme nacional. Garanto que veteranos como Bruce Willys e Sylvester Stallone (e toda a galera de “Os Mercenários) dariam um braço para ter feito um filme como este.


- x - x - x -


Alguém, pelo amor de Deus, me passa o nome do ator que faz o deputado canalha do filme? Não encontrei em canto nenhum.
Ah, e "Tropa de Elite 2" também prova que jornalista só se fode... Assista que você vai entender...

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Dilma, Eu Escolho Você!

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A eleição já passou (graças a Deus!), mas ainda gera boas piadas. A mais recente, que chegou a bater nos TT's do Twitter em primeiro lugar, é um vídeo no YouTube fazendo uma mixagem entre a série de jogos para Game Boy Advance Pokémon e a as cachorradas na disputa eleitoral entre Dilma e Serra.

O vídeo é bem simples, como os jogos de Pokémon costumam ser,  e é bem editado, conseguindo mostrar a trajetória de palhaçadas que vimos nos últimos meses.

Curtam bem!

sábado, 6 de novembro de 2010

Preconceito

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Esta semana, o Twitter foi palco para mais um espetáculo de ódio aos nordestinos por parte dos paulistas. Situação semelhante a que ocorreu em agosto, após as enchentes que arrasaram Alagoas e Pernambuco. Não epóca, a polêmica foi no Orkut, graças a uma comunidade nada simpática chamada "Eu Odeio Nordestino", onde a jovem estudante de direito Júlia Schemman abriu um tópico comentando sobre a tragédia. O problema estava no fato de que ela defendia que nordestinos deveriam morrer afogados para livrar São Paulo deste grande mal que nós somos. O Twitter "lascou tudo", como se diz na nossa região, fazendo estes e outros absurdos chegarem à mídia através da hashtag #oxentesp, criada pela colega de faculdade @mandyarruda e que eu e outras pessoas ajudamos a divulgar. Logo, o assunto era matéria nos principais jornais e portais de notícias do país.

Agora, pouco mais de dois meses depois, outra onda de ódio varreu a rede social dos 140 caracteres. Mais uma vez uma estudante de direito, Mayara Petruso, que indignada pela vitória de Dilma nas eleições deste ano, postou a singela mensagem: 

"Nordestisto (sic) não é gente, faça um favor a Sp, mate um nordestino afogado!"

Na sua página no Facebook, a mesma Mayara continou  com seu "direito de expressão":

"AFUNDA BRASIL. Deem direito de voto pros nordestinos e afundem o pais de quem trabalhava pra sustentar os vagabundos que fazem filho pra ganhar o bolsa 171"

O rastilho da pólvora foi aceso e uma guerra começou no Twitter. Mais uma vez o fato ganhou a mídia. Muitos defendendo a supremacia e a importância do Sul-Sudeste e outros defendendo o valor e o respeito ao Norte-Nordeste. O conflito alcançou os trending topics com pelo menos três termos diferentes. Mayara, assim como sua "predecessora", sumiu das redes sociais. E pelas matérias que saíram com o caso, ela sumiu do mapa, nem a família a encontrava. Ela perdeu o direito de continuar estagiando num escritório de advocacia e talvez nem possa se formar.

Passada a tsunami, pensemos um pouco...

Por que ainda tem tanta gente que enxerga no nordestino o grande mal, o belzebu dos infernos a arrasar com sua qualidade de vida?

Que mal fizeram as vítimas das enchentes para os paulistas odiarem tanto eles?

E quem disse que Dilma só ganhou por conta do voto nas regiões Norte e Nordeste? Engraçado que os maiores colégios eleitorais do país ficam justamente no Sudeste... Sem contar os números que comprovam que Dilma venceria mesmo sem os votos dos "malditos" nordestinos...

E até quando esse tipo de atitude vai continuar?

Bem, para fechar o assunto, deixo aqui com vocês o ótimo texto de Miguel Rios para a coluna O Papo é Pop, editada no JC Online, sessão Lazer & Turismo.

"Preconceito dói, cabra da peste"

Foto que ilustra o texto na coluna O Papo é Pop

"Uma nova vilã, daquelas malvadas ao extremo, que dissemina e atrai ódio, de nível igual ou pior que qualquer Odete Roitman ou Nazaré Tedesco, está na mídia. É aquela garota lá do Twitter que nos ofendeu, nós nordestinos, nos indignou mais uma vez, nos fez relembrar preconceitos que pareciam estar se esvaindo, que se mostram ainda vigorosos, que machucam mesmo quem finge não ligar, quem tenta se mostrar acima.

Outra vez, doeu. Outra vez, ele voltou. Aliás, nunca se foi. Só estava mais quieto, nestes tempos de maior patrulha, de menos tolerância com os intolerantes.

Preconceito é difícil de sair da gente. Volta e meia, a gente se surpreende, se flagra, e até se orgulha, dizendo, pensando, compartilhando algum estigma contra o outro.

Mas se é na nossa pele que arde aí nos enfurece. Não pode, não se aceita, é absurdo, é opressor, ultrapassado, injusto.

A pele dos nordestinos queimou. Estigmas e estereótipos queimam mesmo.

A pele de qualquer tuiteiro do Piauí à Bahia ainda está, no mínimo, coçando. Tem aquele cara que posta dia após dia, insistente, resistente, mensagens contra a autora do ataque, sedento por não deixar barato.

"Como posso ser inferior?", pensa ele. "Sou inteligente, universitário, bonito, uso roupa boa, dentição completa, tenho laptop, carro, amigos no exterior, viajado, falo inglês, comecei no espanhol, já planejo meu MBA. Vou ter sucesso garantido! Como se pode dizer que sou inferior? Como se eu fosse um pobre qualquer, um mundiça desses, pipoca da vida, um beira-canal, que só serve para se apertar em ônibus, sujar a praia. Esse bando de assalariado farofa..."

E a roda do preconceito gira:

"Como posso ser farofa?", pensa um dos assalariados. "Ando de ônibus, moro em subúrbio, mas curto bandas legais, livros legais, filmes de arte. Tenho amigos descolados. Somos questionadores do status quo, dos padrões impostos pela sociedade de consumo. Tenho potencial. Farofa eu? Farofa e pipoca é essa negada ignorante, de gosto ruim, que curte pagode e axé, jeito marginal, enchendo o mundo com som alto de funk de CD pirata. Tenha dó!"

E gira...

"Sou negro sim, mas sou lindo! Curto o meu som e meu jeito moleque. Orgulho de raça, de gostar do que eu gosto, das raízes, de saber dançar melhor que branco. De morar onde moro. De me virar e arranjar algum para meu pai e minha mãe. Eles dois que me criaram com esforço e dignidade. Me fizeram um homem, homem mesmo. Se eu ainda fosse um desses veados safados podiam até falar. Aquilo é que é nojeira. Mas eu não tenho do que me envergonhar."

"Sexualidade não define caráter. O que eu faço na intimidade não é da conta de ninguém. Sou decente. Sou homem igual a qualquer outro. Ninguém se envergonha de estar ao meu lado. Sou másculo, não dou pinta, tenho um namorado sem trejeitos também. Não escandalizamos. Podemos frequentar qualquer ambiente. O problema são essas bichinhas afetadas, estes travestis que sujam a barra dos gays. Um horror."

Continua a girar:

"Se dou pinta é porque eu quero. Essa tropa enrustida de metidos a macho fala mal, mas faz as mesmas coisas que eu entre quatro paredes. E tem inveja do meu sucesso. Tenho jeans Diesel, perfumes Armani, óculos Roberto Cavalli. Até minhas sandálias de praia são de grife. Por isso, não me junto. Morram de inveja, bichas pobres, roupa de sulanca, classe D!"

E a roda vai girando, criando novos julgamentos, batendo neste e naquele, se aproveitando de ideias preconcebidas, crendices, rancores...

Você já teve um dia em que se assemelhou à vilã lá do Twitter, aquela babaca, estúpida, condenável, que te revoltou tanto quando jogou o ácido supercorrosivo do preconceito sobre seu orgulho? Você já destilou desprezo sobre alguém? Eu já.

Pense na fulana do Twitter, pense na queimadura, pense em como dói, pense em como cicatriza demorado.
Pense nela antes de carimbar, com raiva, agressão e afinco, loura de burra, rapaz rico de playboyzinho, negro de maloqueiro, gay de molestador devasso, gostosa de piranha, pobre de ignorante, sertanejo de atrasado, gente da capital de pedante.

Pense bem quando tua veia discriminatória, aquela que pulsa toda vez que vem o desejo de diminuir o outro pela ilusão de se autofortalecer, saltar."

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

It's Not My Imagination

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Quase 10 anos de espera, mas finalmente o sonho virou realidade: The Cranberries veio mesmo para Recife. Além das músicas que marcaram especialmente a década de 90, o fãs tiveram direito ao carisma irresistível da vocalista Dolores O'Riordan.


Foto: Jordana Morais
Eu estava no meio de minha adolescência quando começou a se falar num show de Cranberries no Recife. O Chevrolet Hall ainda era Classic Hall, o Shopping Tacaruna ainda era novidade, notebook era coisa de (muito) rico, IPhone não existia (e nem a família Restart e correlatos), não tínhamos cinema 3D e o Festival de Verão do Recife prestava. Desde aquela época, quase todos os anos, sempre surgia um boato de que a banda irlandesa – e outras gringas, como Green Day – viriam tocar na Manguetown. Infelizmente, nunca passava do boato. Foi assim que cansei de alimentar esperanças pela vinda dos Cranberries. Era besteira pensar que um dia eles aportariam no Recife. Nessas horas - e só nessas horas - bate uma inveja de São Paulo...

Mas o cenário foi mudando. Recife passou a ser alvo das bandas internacionais. The Offspring e Silverchair passaram por aqui. Pena que grande parte era de bandas com séculos de estrada, já em fim de carreira ou se mantendo como zumbis, graças à fãs com contando seus 40, 50 anos (ou mais), como Deep Purple e Scorpions.

E então rolou o show do A-Ha. Até hoje fico puto de pensar que perdi aquele show por burrada minha. Ok, era uma banda velha, em turnê de despedida. O vocalista ainda chegou com a garganta pedindo outra. Nada disso, porém, apagou a importância daquela noite. Era um show que abria espaço para outras bandas pop/rock internacionais se interessarem pelo Recife, após muito tempo.

[Obs: os metaleiros recifenses não têm do que reclamar nesse quesito, uma vez que Recife vive a receber bandas estrangeiras do gênero. Já se fala de um segundo show do Iron Maiden por aqui, no ano que vem!]

Eis que em julho começou de novo a ladainha. Show de Cranberries no Recife. Tá, senta lá, Cláudia. Beijo, não me liga. Mas, à medida que julho passava, não é que era verdade? The Cranberries REALMENTE tocaria aqui. DE VERDADE! Claro que comprei meu ingresso assim que anunciaram as vendas. Uma semana depois e os camarotes já tinham acabado. Pouco depois foi a vez do frontstage. Os produtores devem estar rindo à toa até agora...

O tempo passou voando. Outubro veio com a promessa de grandes shows. Além de Cranberries, Recife ainda receberia a mini-turnê dos Los Hermanos (15) e a mega produção dos Black Eyed Peas (17). Os irlandeses fechariam um mês porreta pra nós, recifenses.


Le Grand Moment

Foto: Jordana Morais
Chegado o dia 22, minha ansiedade era grande. Eu iria ver o show de uma das bandas que eu mais curto na vida, na minha cidade, por um preço que foi até em conta (pista = R$80; meia entrada). Cheguei tarde ao show, mas pude conferir boa parte da apresentação, graças a Deus!

Eu poderia resumir o show de forma bem simples: imagine ouvir um CD dos Cranberries no conforto de seu lar, no volume que achar mais adequado. A voz de Dolores, a melodia, as letras, enfim, tudo muito bacana e com um efeito que faz você se tornar fã da banda para o resto da vida. Multiplique isso por 1000. Isso é Cranberries ao vivo.

Confesso que foi um dos poucos casos realmente fuderosos gritantes de diferença positiva entre gravação e ao vivo. Coisa assim eu só tinha visto nos shows do Cordel do Fogo Encantado. Dolores, que já tem um vozeirão capaz de passear entre agudos e graves com rapidez, vira uma diva no palco, cada verso cantado parecendo uma marretada no cérebro. O ritmo também era mais selvagem, mais veloz, dando a músicas como Promisses e Still Can’t uma potência que o registro em CD sequer arranha. Desperate Andy foi mais uma que ganhou outro colorido, principalmente com uma Dolores porra louquíssima no palco, saltitando para todo lado, fazendo umas dancinhas desengonçadas e com uma simpatia imensa.

Os dois momentos mais wow da noite foram, com certeza, nas músicas Zombie e Promisses (no bis). O público delirou com essas duas, cantando junto na base do berro. O Chevrolet Hall quase caiu de tanta força que aquilo causou. Já os momentos fofinhos ficaram por conta de Ode to My Family e When You’re Gone, para mim, uma das músicas mais tristes da banda e uma das mais esperadas por mim. Quando Dolores soltou o refrão “But I miss you when you’re gone”, não tive como não chorar...

Pra terminar a noite, que teve direito a rosas lançadas – e agradecidas – no palco, um cocar absolutamente kitsch, balões vermelhos soltados pelo fã clube (em referência a capa de “Wake Up and Smell The Coffee”, último álbum da banda) e a uma foto tirada pela própria Dolores na câmera de um fã muito sortudo, o bis contou com Empty, You and Me, Promisses (visceral) e Dreams. O final foi meio abrupto, não teve nada de “oubreegadoo, Rrêceefê!” ou mesmo um tchauzinho para a plateia. Mas, como a última música diz no título, foi uma noite para ficar nos “sonhos”.


Dolores arrasa!

Boa parte da graça do show se deve ao carisma mega de Dolores O’Riordan, essa irlandesa muito bem conservada. Na primeira parte do show, tremendamente sexy num vestidinho vermelho curtíssimo. Na troca de roupa, mudou para um longo preto, clássico e elegante, mas que não tirou nem um pouco a energia e a graça da vocalista. Dolores cantava aos risos, se empolgava com a plateia, puxava olas, dançava engraçado, pulava de uma lado pro outro, tocava nas mãos de quem estava no gargarejo, mandava beijos, agradeceu o buquê de rosas jogado ao palco e, num dos momentos mais inusitados, pediu a câmera de um fã que nasceu de cu pra lua muito sortudo que estava ali pertinho dela e tirou foto de um Chevrolet Hall lotado de fãs que esperaram quase uma década para poder dizer: esse foi o melhor show da minha vida!


Pequenos detalhes tristes

Aqui, fica um registro meio triste de minha parte. Como já foi dito, cheguei atrasado no Chevrolet Hall. Exatamente na sexta música, Linger, que já estava na metade quando desci do táxi. Já tinha perdido Animal Instinct, How, Analyse (que abriu o show) e Ordinary Day, música do disco “Are You Listening?”, empreitada solo de Dolores, além da bela Dreaming My Dreams. Corri com minha namorada na esperança de ainda conseguir uma brechinha na multidão e ficar no meio da pista. Que! A casa estava lotada, tentar se aproximar no empurra-empurra seria uma demonstração de desrespeito com as pessoas que chegaram mais cedo. Fiquei no último piso, lá atrás, minha melhor visão do palco sendo o telão, focado na vocalista na maior parte do tempo. Além da distância, da dependência do telão e de um certo desconforto, ainda confirmei velhas suspeitas sobre que tipo de gente fica nessa área do Chevrolet Hall: um bando de gente mucho loca de bebida, já meio “nem aí” pro que está rolando no palco; algumas menininhas frescas dando gritinhos insuportáveis e inventando coreografias dignas de Beyoncé e Lady Gaga (O_O) a cada música; e um bom número de chatos: pessoas que, apesar de curtirem o artista, ficam parados como se estivessem ouvindo um CD em casa. Tomam um gole de sua bebida, cruzam os braços e ficam lá, paradões, nem mesmo uma mexidinha de cabeça no ritmo da música. So boring... #fail

Essas pequenas coisinhas me morgaram, pessoalmente. Porém, seria muito egocêntrico de minha parte escrever um texto a respeito do show dizendo que foi uma porcaria por causa das dificuldades na minha apreciação estética. Deu para sacar que o show foi lindo, mesmo na porcaria de lugar em que eu estava, e que o público estava empolgadíssimo. Palmas para banda, que apresentou um setlist digno; para a produção, que montou um palco simples e equilibrado, sem firulas; para a organização do Chevrolet Hall, que foi elogiada na imprensa pernambucana; e para o público, que se derramou de coração para os irlandeses.

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Esperando que os leitores não se cansem com um texto tããão grande...
E cruzando os dedos por um milagre: U2 em Recife! Será que rola um dia? :D


Agradecimentos a Jordana Morais por tirar fotos tão fantásticas. Jordana, caso você tenha chegado até aqui: tentei contato contigo mas só dava erro. Publiquei suas fotos com referência a você, mais especificamente seu perfil no Flickr, onde as fotos foram postadas originalmente.