Baseado na graphic novel de Robert Kirkman, Tony Moore e Charlie Adlard, o seriado homônimo The Walking Dead estreou no canal americano AMC em 31 de outubro de 2010, no dia em que se comemora o Halloween, ou Dia das Bruxas. Demorei exatos 336 dias para entrar em contato com o universo aterrador desta série. Uma demora que nem mesmo eu entendo. E posso dizer, com absoluta certeza, que esse é um dos melhores seriados da atualidade.
Por que? The Walking Dead usa uma temática mais do que manjada no mundo do entretenimento: zumbis. Para ser mais exato, o termo apocalipse zumbi, cunhado graças ao escritor Richard Matheson e ao cineasta George A. Romero, e que descreve basicamente aquelas histórias em que a humanidade está à beira da extinção graças a um surto de zumbis por todo o globo. Eis que o leitor do Caixa da Memória pergunta "E o que tem demais nessa série se o tema é tão batido?". E eu respondo: a forma como o tema é trabalhado.
Sinceramente, não dá mais para se falar em criatividade absoluta hoje em dia. Todas as criações atuais vão receber alguma inspiração - quando não beiram a cópia - de algo que já foi feito. Fica sob domínio da criatividade, então, a arte de saber usar de forma diferenciada algo que já foi feito. E é nisso que TWD acerta em cheio. Aqui, o mundo está um caos, os mortos-vivos dominam os centros urbanos e há poucos lugares realmente seguros para aqueles que ainda não sucumbiram à praga zumbi. Mas a diferença está na forma como esses sobreviventes são tratados pela narrativa.
Não existem mocinhos e bandidos em TWD. Nos seis episódios que compõem a primeira temporada, a humanidade é retratada em (muitos) tons de cinza. Ninguém faz o que faz porque é bom ou mal, mas porque está buscando sua sobrevivência, porque quer escapar de toda a loucura que o mundo se tornou diante do apocalipse zumbi. Porque está tentando continuar a ser humano mesmo quando é tão difícil seguir dessa forma.
Não existem mocinhos e bandidos em TWD. Nos seis episódios que compõem a primeira temporada, a humanidade é retratada em (muitos) tons de cinza. Ninguém faz o que faz porque é bom ou mal, mas porque está buscando sua sobrevivência, porque quer escapar de toda a loucura que o mundo se tornou diante do apocalipse zumbi. Porque está tentando continuar a ser humano mesmo quando é tão difícil seguir dessa forma.
Outra coisa que TWD consegue - e não achei que conseguiria tanto - é causar medo. Impressionante a capacidade que esse seriado tem de fazer o espectador se apertar contra a cadeira, temendo o próximo ataque zumbi. Sério. Acredito que a maioria das pessoas nem espera tanto terror assim de TWD... Eu mesmo não esperava tanto. Acreditem, assisti metade dos episódios numa tarde tremendamente ensolarada de domingo, com muito movimento na casa, e ainda assim, deu um medo de lascar.
Boa parte do elenco VIVO de The Walking Dead |
Não vou dizer que TWD não tem falhas. Elas existem, como em qualquer coisa. São perceptíveis algumas falhas de continuidade e de roteiro. Na verdade, as falhas de roteiro são mais falhas lógicas. Não vou comentá-las por receio de estragar o prazer de assistir cada episódio, mas posso dizer o seguinte: não há como passar batido por elas. Mas se você não se importar muito com essas falhas, garanto que o que restar de TWD na sua cabeça lhe fará um bem danado.
Assim é TWD. Um seriado baseado em quadrinhos, que rende calafrios de medo dignos do melhor que há quando se usa a palavra terror para definir algo e que tem tudo para ser um grande clássico no futuro, apesar de algumas falhas. Daqui a uns cinquenta anos, quando se referirem às séries televisivas da primeira década e meia deste século, será impossível não falar nada a respeito de TWD. Isso se o apocalipse zumbi não chegar antes...
Enquanto isso não acontece, confiram o trailer da segunda temporada de The Walking Dead, que estreia em 16 de outubro, nos EUA.
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