Histórias em quadrinhos são uma forma de arte um tanto ignorada. Talvez porque, aqui no Brasil, essa mídia esteja tão ligada a temas infantis, graças aos personagens de Disney e Maurício de Souza. Quando se fala em quadrinho adulto, tem gente que nem acredita. A coisa tem melhorado bastante nos últimos anos, com os quadrinhos ganhando espaço na mídia impressa.
Mas se tem um gênero que ainda fica no campo do preconceito é o mangá.
O mangá é a manifestação japonesa dos quadrinhos. Com nomes semelhantes e estilos levemente distintos, há também obras de origem chinesa e coreana, só para citar exemplos de maior sucesso de distribuição. “Coletivamente”, qualquer obra que venha do extremo oriente acaba sendo chamada de mangá pelos leigos.
Os mangás têm a vantagem, em relação aos comics americanos, de serem histórias fechadas, com início, meio e fim estabelecidos. Não tem essa de ficar reiniciando cronologia (como é costume na DC) ou ressuscitando personagens (como a Marvel fez com o Capitão América, recentemente).
Capa brasileira da última edição de Shaman King |
Isso, claro, faz com que algumas séries de mangá deem trabalho pelo seu tamanho. Shaman King, que foi publicado no Brasil pela JBC, teve 32 volumes no original (64 aqui). Outras, no entanto, são curtinhas, como Darker Than Black e Wolf’s Rain (ambas pela Panini), que têm apenas duas edições. Ou ainda Voices of a Distant Star, que tem apenas um volume! Essa certeza de um final tem suas vantagens e desvantagens, que deixarei para discutir em outro momento.
O que acho mais bacana nos mangás é a variedade temática, além de sua diversidade artística, ambas muito mais criativas que nos comics. Temos desde comédia e ficção científica até aventura e erotismo. O nosso mercado está cheio de títulos para todos os gostos, graças ao trabalho da JBC, Panini, Conrad e New Pop (se esqueci alguma editora, por favor, me perdoem). O estilo, apesar de guardar determinadas características essenciais ao gênero, varia bastante, indo desde o hiper-realista de Evangelion até o caricato (e horroroso, heheh) de Saint Seiya (mais conhecidos entre nós como Cavaleiros do Zodíaco).
Se os temas e os estilos agradam, não posso dizer o mesmo do mercado editorial japonês... Aguardem mais impressões a respeito em outro post.
3 comentários:
Concordo. Rola preconceito contra mangás, mesmo. Mas é mais ignorância do que qualquer outra coisa. Eu não entendo nada de quadrinhos, mas curti isso de historinhas fechadas. Posso imaginar que assistir a seus personagens favoritos serem reinterpretados, recontextualizados e até ressucitados o tempo inteiro é deve ser bizarro.
*inteiro deve ser bizarro.
O preconceito que os mangás sofrem é puro desconhecimento a respeito, fato.
E realmente, ficar acompanhando um personagem durante anos só pra vê-lo reformulado - muitas vezes de forma que contraria bastante os fãs - é lasca mesmo.
Superman era pra estar morto, lembra? Mas já deve ter passado por umas dez releituras desde sua morte.
E a DC já prepara o novo reboot em agosto... Mas isso é pra outro post.
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