segunda-feira, 6 de junho de 2011

Primeira Classe, de fato

Novo filme da franquia mutante mostra um olhar renovado sobre a origem de seus personagens mais icônicos e dá novo fôlego ao intrincado universo dos Filhos do Átomo.


Quem é fã de quadrinhos (como eu) passou os últimos seis meses com grande ansiedade sobre o novo filme dos X-Men. Os primeiros teasers atiçavam a imaginação. Os trailers já diziam que o filme seria um arraso. Mas é certo que ninguém imaginou o quanto seria bom esse X-Men - Primeira Classe (X-Men First Class, 2011), simplesmente um dos melhores filmes da franquia.

A ideia de um reboot (ou recomeço) está virando moda em todas as vertentes da cultura "pop-nerd". Nos quadrinhos, isso já é tradição. Nos games, os consoles ultra-tecnológicos estão voltando suas atenções para jogos antigos, revivendo-os sob novos conceitos (vide Mortal Kombat e Tomb Raider - este para o ano que vem). No cinema, pode-se dizer que é um conceito em desenvolvimento, ainda. Já vimos o que aconteceu quando resolveram "zerar" o Batman - e que resultado! Logo, logo, teremos um novo início para o Homem-Aranha.

Turma de 62 (Moira, sai daí, você nem faz parte da turma!)
Com os X-Men, o assunto trouxe uma série de expectativas sobre o que e como seria feito dos heróis mais famosos da Marvel. A mitologia dos X-Men é rica demais, com muitos detalhes que fazem este título alcançar o status de "religião", assim como Star Wars e Senhor dos Anéis. Que personagens usar? Que tramas explorar? Como trazer isso sob um novo olhar?

O primeiro passo dessa receita foi trazer Bryan Singer, diretor de X-Men 2 e fã assumido de quadrinhos, para ser um dos roteiristas e produtores. O segundo passo foi trazer Matthew Vaughn, diretor que tem no currículo obras como "Snatch - Porcos e Diamantes", "Stardust - O Mistério da Estrela" e "Kick-Ass - Quebrando Tudo", filmes cujo enredo é bem construído e que dosam muito bem o ritmo da narrativa, prendendo o espectador.

Clima de paquera entre Mística e Fera (sim, isso mesmo)
O terceiro passo foi escalar um elenco que não tivesse estrelas consagradas (à exceção de Kevin Bacon), mas que tivessem um mínimo de carisma e talento. No caso dos papéis de Charles Xavier e Erik Lehnsherr, James McAvoy e Michael Fassbender foram escolhas mais que acertadas. Tirando o tremendamente insosso Maré Selvagem, interpretado pelo novato Alex Gonzalez, todo o resto da combinação personagens-atores faz sentido, numa série de ligações entre eles que pode fazer trincar os dentes dos fãs xiitas de X-Men (Mística criada como irmã de Xavier?), mas que torna o filme interessante justo por isso.

Mística, #sualinda
A trama se passa nos anos 60, especificamente durante a crise dos mísseis soviéticos em Cuba. Sebastian Shaw quer dar um empurrãozinho para que EUA e URSS iniciem uma guerra atômica e que a humanidade vá pro saco. Ele tem a cooperação de Azazel, que personifica bem o que seria de Noturno se ele fosse do mau; Maré Selvagem, capaz de criar furacões; e Emma Frost, a famosa Rainha Branca, telepata competente e que tem a capacidade de tornar seu corpo em diamante.

Emma Frost e Sebastian Shaw curtindo na Nox
Enquanto isso, uma série de eventos conduzirá ao encontro de Xavier e Erik, numa aliança com o governo que será o embrião dos futuros X-Men. O contato deles com a CIA é a agente Moira McTaggert – sim, a Dra. Moira, aquela que é praticamente um affair do Professor X nos quadrinhos!

"Toca aqui, xará!"
Não entrarei em mais detalhes por achar que X-Men Primeira Classe é daqueles filmes que quanto menos você souber, melhor. Inclusive, a diversão está garantida para aqueles que não são fãs dos mutantes, pois a narrativa é conduzida de uma forma que não é preciso um zilhão de referências para entender cada passo de cada personagem. E para os viciados em quadrinhos (e nos filmes), podem esperar vários easter eggs bem legais.

X-Men Primeira Classe
NOTA 10/10



Um comentário:

Mariana Gominho disse...

arrasou na resenha! tô super curiosa pra ver... acho que vou no domingo!