sábado, 12 de março de 2011

Crônica do Carnaval Pernambucano

A noite agitada no Recife Antigo
O que se pode descobrir num Carnaval? Muita coisa, se você vier para Recife ou Olinda nesta época. Por exemplo, quais seriam as chances de um brasiliense xavecar uma mineira no Recife Antigo, em pleno sábado de Zé Pereira? Zero? O Carnaval de Recife prova que é bem mais fácil de acontecer do que se imagina. Afinal de contas, são tantos turistas brasileiros e estrangeiros conferindo a nossa festa que - me perdoem os discordantes pela hipérbole - é a maior e melhor do mundo... Um esbarro entre um brasiliense e uma mineira, aqui, vira brincadeira.

Essa vista é para poucos, meu caro.
Há espaço para descobertas etílicas.  Por exemplo, a Jurubeba, a vedete alcoólica do momento, é ruim de lascar. Nem imagino porque é tão adorada. Ô, troço! Um gosto enjoado, forte, um raspa-raspa com álcool e sem gelo. Não recomendo a ninguém. Melhor mesmo é brincar com os foliões que invadem as ladeiras de Olinda em busca de animação. Em que lugar do mundo você pode ver um encontro de índio urbano com monge budista? Aqui, você descobre até baiano do Chile! Onde mais tem disso? Mas cuidado: você pode encontrar estranhos objetos perdidos, coisas realmente inusitadas. Se por acaso tropeçar numa prótese dentária, amigo, não se assuste. É Carnaval. Siga em frente, dando risada pelo acontecido.

Mistura boa
No nosso Carnaval, ao menos na capital, os ritmos são bem diversos, tem gosto para tudo. Se curte um frevo das antigas, pode vir. Se curte algo mais moderno, tipo um pop ou MPB, venha simbora. Se seu som é mais eletrônico, hi-tech, plugado, também tem onde brincar. Alegria em Recife e Olinda não vai faltar. Talvez você se decepcione com um show de Lenine incomumente morgado como um leão velho de circo. Ou se espante com uma legião de fãs da banda Eddie, lotando o Fortim do Queijo, na beira-mar de Olinda, cantando em coro todas as músicas. Ou esbarre com o Bloco da Saudade, saindo da Praça 12 de Março em direção ao Carmo. Ou ainda veja uma legião de caboclos de lança defendendo sua Nação. Seja lá o que você queria ouvir e ver ou o que vai acontecer, tenha uma certeza: nosso Carnaval energiza a ponto de você passar uma tarde no calor de Olinda e querer emendar a noite no Marco Zero, voltando para casa muito depois da meia-noite. E ainda levantar no outro dia querendo mais.

No sobe e desce ladeiras...

Pena que acabou. Mais descobertas, agora, só no ano que vem...

2 comentários:

Débora Leão disse...

olha o índio urbaaaaano :)

Wesley Prado disse...

Da nação Tupernambuco! :D