domingo, 29 de maio de 2011

Videodrom nº 11 - Flashback America Video

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Olá, meus caros visitantes do Caixa da Memória! Mais uma edição do Videodrome na área. Ei, espera aí... Não é só mais uma edição do Videodrome. É uma explosão de adrenalina diretamente nos seus miolos!

Trata-se, nada mais, nada menos, das vinhetas absurdamente tamporosas da jurássica America Video, distribuidora das extintas fitas VHS na década de 80 e 90 que tinha no seu catálogo preciosidades como: Vale da Morte, Keruak - O Exterminador de Aço, Aventureiros de Fogo, Mestres do Universo, Cyborg, Garantia de Morte, O Grande Dragão Branco, O Último Americano Virgem, American Ninja, Falcão - O Campeão dos Campeões, Expresso para o Inferno, A Hora da Brutalidade, Desejo de Matar 3 e 4, Kinjite - Desejos Proibidos, Barfly, Highlander, Comando Delta 1 e 2 e Invasão USA e outros tantos que, por piores que fossem, fizeram as tardes e noites de muita gente!

A graça dessa vinhetas são os slogans, que na época deviam ser algo arretado, mas que vinte anos depois se provam a coisa mais ridícula do mundo. Sinceramente, como uma empresa séria se apresenta com "Somos a America Video e nossos vídeos explodem como dinamite" e ainda espera ser respeitada?!?!


Vinheta 1

"Temos estrelas que cintilam no céu e filmes que vão derreter a sua tela...". Aff, por que sempre essa associação de calor com filme ser bom? Se ao menos o filme fosse realmente bom...


Vinheta 2
Putz, Chuck Norris abrindo o vídeo! Se você não estourar a boca do balão, vai ter que bater um papinho com ele...

 
Como visto, não há nada pior que uma equipe de marketing sem noção. Ao menos, vale para dar umas risadas.
Abraços a todos e até o próximo Videodrome.

Play it now!

terça-feira, 24 de maio de 2011

[Psicotrópicas] Estela na Janela

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Uma janela bastou para matar-lhe o banzo.
Ali, pequena, em seu microcosmo, ela surgia
Estela em vestes brancas, esvoaçantes,
ainda mais misteriosa e interessante

Ele sorriu sozinho, tal menino pequeno,
ao ver o sorriso dela, lindo como sempre,
enchendo seu coração de boas lembranças

A única coisa que ainda o chateava,
naquela noite fria de outono,
era o fato de que ali, alçada na janela,
Estela ainda permanecia tão longe...

Não diria-lhe palavras doces e quentes em seus ouvidos...
Não se aqueceriam, recostando-lhe ao seu corpo...
Não satisfaria o desejo imenso de tê-la...

Mais perto...

Mais perto...

Mais perto...

Ah, se ao menos fosse mais sagaz
(ou mais louco)
já teria declarado seu amor em fogo a ela!
Não seriam apenas molduras de sonho,
prospectos de gozo enluarados...

Teria consigo a celeste fêmea
por quem viveria e morreria,
Aquela que sempre lhe conduziu os sonhos

Mas não era louco. Muito menos sagaz.
Estava condenado a observar de longe
a estrela pousada na janela
Desejando Estela eternamente...

Mais perto...

Mais perto...

Mais perto...

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Mil Palavras nº 10

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Charge: Humberto, para o Jornal do Commercio deste domingo (22)

domingo, 22 de maio de 2011

Videodrome nº 10 - Quase 140x10

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Olá, gente! Aproveitando a rara oportunidade de mexer num computador que preste pra atualizar o Videodrome, venho aqui com a décima edição desta coluna. Aos trancos e barrancos, tô fazendo o que posso.

Bem, depois de quase um mês sem nenhuma edição desta coluna, trago aqui três vídeos mais ou menos aleatórios. Ou não, porque esse Videodrome tá quase um 140x10, hehehe.



A Banda Mais Bonita da Cidade - Oração
Clipe simples, música mais simples ainda, clima bucólico e pura brodagem. Essa foi a receita que os curitibanos d'A Banda Mais Bonita da Cidade usaram para conceber esse clipe bacaninha. Sucesso imediato no YouTube, o vídeo foi postado na terça-feira (17) e desde então já passou dos 930 mil acessos. Além do quinteto - Uyara Torrente (vocalista), Vinícius Nisi (tecladista e diretor do clipe), Luís Bourscheidt (baterista), Rodrigo Lemos (guitarrista), Diego Plaça (baixista) - e do compositor da música, Leo Fressato, outros 10 músicos participaram da gravação. Pura brodagem como já mencionei. Com os holofotes voltados para o grupo, já surgem contatos para shows e a possibilidade de gravação do 1º CD. E ainda dizem que o videoclipe morreu...

Páginas d'A Banda Mais Bonita da Cidade:


Depoimento da professora Amanda Gurgel
Uma professora de Natal (RN) chamou atenção do país inteiro ao expor as mazelas do sistema educacional de seu estado. Porém, suas críticas não só trouxeram à tona a discussões em torno da educação brasileira como ainda alfinetaram políticos, com seus auxílios-qualquer-coisa e suas visões distorcidas sobre o assunto. De forma simples e incisiva, a natalense virou heroina de uma classe cada vez mais desvalorizada no país: a dos professores. 


R.E.M. - It's The End of The World
Total momento 140x10 no Videodrome. :D
Ontem (21), todo o mundo esperou (ou não) o Juízo Final, segundo foi anunciado por uma seita religiosa dos EUA. Acontece que, como era de se esperar, a previsão foi uma tremenda furada - por enquanto, a honra da profecia maia ainda está segura. Claro que o assunto virou piada em tudo quanto foi lugar na internet. Então, para descontrair, vamos encerrar o Videodrome de hoje com o ótimo clipe da música It's the end of the world as we konw (and I feel fine), do R.E.M. - com certeza uma das músicas mais difíceis de cantar da língua inglesa. Que o diga Gwen Stefani, que "errou" a letra durante apresentação para a MTV americana, no réveillon de 2000...


É isso aí, galera. Até a semana que vem, com mais um Videodrome.
Play it now!

Primeiro teaser de Tin Tin

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Saiu há alguns dias o primeiro teaser do aguardadíssimo filme de Tin Tin. O vídeo é  bem curto e esconde - propositalmente - muita coisa. Pode se ver todos os personagens clássicos da série, além de já vermos a grande qualidade da técnica de animação digital.
Dirigido por Spielberg, o filme está previsto para o Natal deste ano e deverá ser um grande sucesso. Fiquem com o primeiro teaser de The Adventures Of Tintin: Secret Of The Unicorn.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

[Deu no Jornal] A melancolia segundo Von Trier

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Texto publicado na edição desta quinta (19/05/11) do Jornal do Commercio

POLÊMICA Na apresentação de seu novo filme, em Cannes, cineasta diz que tem simpatia pelo nazismo e por Hitler


Ernesto Barros (ebarros@jc.com.br) - enviado especial

CANNES – Ao chegar no seu oitavo dia com a exibição de Melancholia, o aguardado novo filme do dinamarquês Lars von Trier, o Festival de Cannes continua ainda sem um grande favorito. Mas, quando o diretor entra em cena, o cenário muda completamente. Ontem não foi diferente durante coletiva de imprensa para jornalistas de todo o mundo: o enfant terrible deu seu show particular em Cannes, embora ninguém o levasse a sério. Na resposta de uma pergunta sobre suas raízes germânicas, ele disse que era nazista, compreendia Hitler e especulou que seu próximo filme seria A solução final. No fim do dia acabou pedindo desculpas.

Von Trier disse que por muito tempo pensou que era judeu e que era feliz sendo judeu. “Então encontrei Susanne Bier (diretora dinamarquesa e judia) e não estava tão feliz. Me descobri nazista. Minha família é alemã e isso também me deu algum prazer. O que posso dizer? Compreendo Hitler, simpatizo um pouco com ele”, consternou a plateia e as atrizes Charlotte Gainsbourg e Kirsten Dunst, sentadas a seu lado.

E continuou no mesmo tom: “Isso não quer dizer que sou a favor da Segunda Guerra Mundial e que sou contra os judeus ou mesmo de Susanne Bier. De fato, sou a favor de todos eles, todos os judeus. Bem, Israel é um pé no saco”, disse. Sem papas na língua, Von Trier disse ainda que deseja fazer um filme pornô com as duas atrizes: “Será algo em torno de três a quatro horas de sexo desconfortável”, finalizou.

Como ninguém parecia levá-lo a sério, já que cada resposta só tirava gargalhadas dos juízes, Von Trier foi além ao responder a uma pergunta sobre se gostaria de fazer um filme grandioso: “Claro. Nós, os nazistas, gostamos de fazer coisas em larga escala. Talvez eu pudesse fazer A solução final”, arrematou.

No fim do dia, o cineasta emitiu uma nota se desculpando: “Se eu magoei alguém nessa manhã com as palavras que disse durante a coletiva, sinceramente peço desculpas. Eu não sou antissemita ou tenho qualquer tipo de preconceito racial, nem sou um nazista”.

Apesar de haver tido recepção um tanto morna, Melancholia mereceu todo o respeito da crítica. Mesmo com o diretor fazendo comentários contra o próprio filme. Certamente não tem o mesmo impacto de Os idiotas e Dançando no escuro, que deu a Palma de Ouro ao diretor em 2000. Entre as grandes promessas do festival só resta agora La piel que habito, de Pedro Almodóvar, que é exibido hoje na Seleção Oficial.
Melancholia tem um prólogo no mínimo maravilhoso. Uma sequência de imagens enigmáticas – apresentadas em câmera lentíssima e embaladas com trecho da ópera Tristão e Isolda, de Richard Wagner –, cuja predominância do verde leva a resultados próximos da pintura. A seguir, a história inicia-se com uma curiosa cena na qual uma limusine não consegue fazer uma curva numa estrada no campo.

No carro, um casal de noivos. Justine (Kirsten Dunst) acaba de casar e vai encontrar a família na fantástica casa da irmã Claire (Charlotte Gainsbourg). Só que a festa vai terminar no maior baixo astral, já que Justine está em depressão. Quando fica só com o noivo, ela dá uma desculpa e sai do quarto para logo depois fazer sexo com um desconhecido ao ar livre.

Von Trier conduz seu filme em dois movimentos. No segundo sai Justine e entra Claire. Casada, ela é dominadora, o oposto da irmã. Foi o rico marido dela (Kiefer Sutherland), quem bancou a festa. A família e o casamento – nem mesmo as pessoas – não são instituições muito queridas por Von Trier.

Todo esse mal-estar e o caos que tomam a vida das duas irmãs – e do mundo, por extensão, apesar da ação estar circunscrita a um único ambiente – chama-se Melancholia, nome de um planeta misterioso, que surgiu atrás do Sol e se encaminha em direção à Terra. Ao contrário de um filme hollywoodiano, no qual veríamos os países e a mídia em alerta, no filme de Von Trier a notícia só afeta cinco pessoas e olhe lá.

Na coletiva, ele foi rápido em tentar explicar o significado de Melancholia: “Não quis fazer um filme sobre o fim do mundo, mas sobre meu estado mental. Tive recentemente momentos melancólicos sérios na minha vida. Estou feliz por estar aqui”, disse. No fim, os fotógrafos se aproximaram dele ainda mais para clicar sua mão direita fechada na qual dava para ler a palavra fuck escrita em seus dedos.

SAIBA MAIS

Língua afiada
Em 2009, o cineasta dinamarquês Lars von Trier também causou frisson na Riviera com seu longa-metragem Anticristo. Mais uma vez com a língua afiada, o diretor disse à imprensa que o filme “foi feito com aproximadamente 50% da minha inteligência habitual”.

Sem desculpas
Ainda em Cannes 2009, um jornalista inglês exigiu aos berros: “O senhor veio a Cannes, um festival de cinema, nós vimos o filme e acho que o senhor tem a obrigação de explicar o porquê de tê-lo feito”. Von Trier respondeu: “Não vou pedir desculpas”.

Melhor do mundo
Para confirmar que não são de hoje as polêmicas de Von Trier em Cannes, em 2009 ele ainda saiu com essa pérola: “Eu faço filmes para mim mesmo, sem pensar na plateia. Ah, sim, e eu sou o melhor diretor de cinema do mundo”.


quinta-feira, 19 de maio de 2011

Donwload Mazes & Minotaurs

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Vi isso no Dragão Banguela e achei arretado!

Hélio Greca, do site Rocky Racoon, lançou a versão em português do RPG Mazes & Minotaurs, um jogo de RPG Old School inspirado na mitologia grega e que já tem versões em quatro línguas. Curioso é que ele é escrito como se D&D nunca tivesse existido, apesar de ser uma recriação das regras do primeiro RPG do mundo! Ainda não li, mas acho interessante a temática, pois já há uma saturação de RPGs de fantasia medieval, de inspiração tolkieniana, enquanto que há pouco material numa temática de mitologia grega. Basta lembrar que muitas das grandes histórias e lendas da humanidade tiveram início na Grécia Antiga. Odisseia é um bom exemplo disso...

Ainda tem mais: quem baixar Mazes & Minotaurs ainda participa de duas coisas muito bacanas. A primeira é uma promoção. Quem fizer o playtest e sugerir melhorias, concorre aos seguintes prêmios:
 
-1° Prêmio: Uma Action Figure do Rei Leonidas, do 300 de Esparta;
-2° Prêmio: Uma edição de luxo da HQ 300 de Esparta;
-3° ao 5° Prêmio: Conjuntos de Dados para Mazes & Minotaurs;

E a segunda coisa bacana é uma ação de caridade. Hélio Greca se comprometeu a doar R$1,00 para a Associação Lar Moisés para cada download feito no link que ele disponibilizou no Racoon.

Tá esperando o que? Baixe o arquivo no link abaixo, jogue e concorra a esses prêmios massas e ainda ajude as crianças do Lar Moisés!
Melhor pacote 3 em 1 que já se viu!

Download Mazes & Minotaurs via Rocky Racoon:

(e ainda dizem que RPG faz mal às pessoas...)

- x - x - x -

Mais informações a respeito da promoção, visitem o Rocky Racoon e falem com Hélio.

Vai chover?

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Para quem mora na Região Metropolitana do Recife (ou qualquer outro lugar que venham tendo um inverno de lascar) e quer saber se o mundo vai acabar em chuva antes de sair de casa, aqui vão duas ótimas dicas, indicadas pelo meu amigo José Santana.


A primeira delas é o Foreca.com, site onde você pode consultar previsões metereológicas de várias cidades pelo mundo. Você pode ver a temperatura, velocidade do vento, umidade do ar, dentre outros dados. É possível ver como estará o tempo durante os próximos dez dias.
Também podem ser vistos mapas metereológicos de símbolos (aqueles clássicos de telejornal), visão de satélite, temperatura, nebulosidade e precipitação, todos eles com um botão de play que aciona uma pequena animação na imagem, dada por intervalos de 3 horas entre cada imagem. A atualização dos dados acontece, em média, a cada 30 minutos.

Previsão no Foreca para Recife, até terça (24) - dados publicados às 10h48 de hoje.


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Já no site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Impe), na página do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos, você tem mais informações mais detalhadas sobre o clima do nosso país, podendo buscar por região, estado ou cidade. Dados sobre tempo, clima, ondas, qualidade do ar, instrumentação (como essas informações são colhidas) e satélites de monitoração climática podem ser consultados. Você pode inclusive colocar um código para por a previsão de tempo da sua cidade na sua página.
Ainda conta com web rádio, dando informes sobre clima para cada região brasileira, notícias, biblioteca, cursos e eventos, softwares livres... ou seja, muita, muita informação.
Previsão do Impe para o final de semana no Recife - dados publicados às 10h51 de hoje

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Bem, galera, espero que tenham gostado das dicas. Com esses dois sites, você poderá se preparar melhor na próxima vez que sair de casa nesse inverno anormal que nós, recifenses, estamos enfrentando.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Mil Palavras nº 9

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Fonte: JC Online - hotsite Santa Campeão. Acesse também o especial do NE10.


sábado, 14 de maio de 2011

Contra os DJs de ônibus

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Merece os parabéns a campanha de conscientização lançada pelo Grande Recife Consórcio de Transportes nesta semana. Ela se chama Curta Seu Som Legal. Use Fone de Ouvido. Confiram o texto de divulgação:

"O Grande Recife Consórcio de Transporte inicia, hoje, uma campanha educativa/publicitária destinada à conscientização dos usuários que utilizam equipamentos de som (MP3, MP4, Ipod, celulares, mini-rádios, etc) nos coletivos e equipamentos do Sistema de Transporte Público de Passageiros. A campanha “Curta Seu Som Legal. Use Fone de Ouvido”, estimula o uso de fones de ouvido como forma de evitar que o som propagado pelos equipamentos incomode os demais usuários.

O visual da peças é leve, colorido e interativo. A ação contará com três frentes: a divulgação das peças publicitárias (cartazes, Inbus e lonas nos abrigos de ônibus); a divulgação e integração nas mídias sociais (Twitter, Facebook, Orkut, Blogs e site) e através da mídia espontânea.

A campanha foi desenvolvida a partir da observação feita pelas equipes de Fiscalização, Atendimento ao Cliente, Ouvidoria e Comunicação do Grande Recife sobre o descontentamento de parte dos usuários com a emissão de ruídos provocadas por usuários de aparelhos emissores de som.

A ação – que foi lançada na manhã de hoje, teve boa repercussão entre os usuários das redes sociais. Outro foco da campanha é direcionado aos operadores (motoristas e cobradores) que operam os sistemas de som instalados nos próprios coletivos da frota operante no STPP/ RMR.

Para que os veículos dotados de equipamentos de sonorização interna (rádio AM/FM, tocadores de CD ou fita cassete) não reproduzam músicas de conteúdo vulgar, ofensivo ou que incitem violência, ou extrapolem os limites do volume para a reprodução de som, o Consórcio está reforçando a fiscalização para que as operadoras cumpram o descrito na Portaria Nº 159/2010, que prevê multas que podem chegar até R$ 685,66.

Na avaliação do presidente do Grande Recife, Manoel Marinho, a campanha é importante para promover o debate e estimular a consciência coletiva. ”Respeitar o direito do outro é uma premissa básica para quem quer ter o seu direito preservado. Ouvir sua música, seu noticiário ou qualquer outra programação seja no MP3, Mp4, Ipod ou celular é importante para manter-se informado ou mesmo relaxar. Mas isso não significa que sua ação tenha que incomodar outras pessoas. Usar o fone de ouvido é uma medida simples, mas que faz a diferença para evitar transtornos.”, destacou.

Para mais informações o usuário pode entrar em contato com a Central de Atendimento ao Cliente, através do telefone 0800 081 0158, acessar o site www.granderecife.pe.gov.br ou acompanhar o @granderecife pelo Twitter."

Tomara que essa ação funcione e nos livremos de uma vez por todas dos chamados "DJs de ônibus". Apoiem essa campanha, vale a apena!

Romance de Circo

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Filme com um título estranho e Robert Pattinson no elenco talvez pareça algo desinteressante. Mas acredite, é uma história atraente que ao mesmo tempo homenageia e critica o espetáculo circense.


Depois que saiu da franquia Harry Potter para entrar em Crepúsculo, Robert Pattinson virou motivo de desconfiança. Muita gente não consegue acreditar que o rapaz possua algum talento depois do que demonstrou com seu inexpressivo e sem graça vampiro Edward, portanto, qualquer filme com ele seria furada. Talvez por isso Água para Elefantes (Water for Elephants, 2011) não pareça lá grande coisa. Acredito que isso seja culpa de uma divulgação mal feita, concorrência pesada (muitos filmes mais apelativos, como "Velozes e Furiosos 5", "Thor", "Rio" e "Reencontrando a Felicidade") ou, mais provável, puro preconceito com Pattinson. Seja qual for o motivo, não caia na ideia de que esse filme é ruim, muito pelo contrário.


O psicopata August e a gentil Marlena

A história se passa em plena Depressão, período negro do capitalismo ianque. O jovem Jakob Jankowski (Pattinson), de família polonesa, está prestes a se formar em veterinária e a começar uma vida bem sucedida. Uma tragédia muda tudo e o rapaz, sem nada mais que as roupas e mais alguns pertences, abandona sua antiga vida. No caminho, embarca clandestinamente num trem que pertence a um circo. Sua vida começa a mudar a partir daí.

Jakob passa a trabalhar no circo, em tarefas não muito dignas inclusive, e conhece Marlena (Reese Whiterspoon, excessivamente magra, por sinal), uma das estrelas do espetáculo. Marlena é casada com o impiedoso August, dono do circo e interpretado por Cristoph Waltz. Ele mesmo, o detestável oficial nazista de “Bastardos Inglórios”! Waltz dá mais um show em cena, ofuscando o casal protagonista.

O tal elefante do título é Rosie, encontrada numa das viagens do circo e comprada por August. É com a entrada desta “personagem” que Jakob e Marlena vão se aproximar cada vez mais. Ele precisa tratar e treinar o animal, enquanto ela tem que ensaiar seu número com a elefanta.



O ingênuo Jakob e a carismática Rosie
O filme tem como ponto positivo o fato de não ser tão óbvio no seu desenvolvimento, especialmente no que se refere ao triângulo amoroso. A direção de arte também é outro acerto, transpondo o espectador para o lado glamoroso do circo – e o não tão glamoroso assim – com eficácia. Mas o maior acerto fica por conta de Waltz. O ator rouba a atenção sempre que está em cena, não há como escapar.

Outra coisa muito especial de "Água para Elefantes" é a recriação do universo circense, especialmente num período histórico tão delicado como a Depressão, onde a sensação opressiva e inexorável do capitalismo (temporariamente) falido criava a necessidade de entretenimento, de uma válvula de escape. E Francis Lawrence (diretor de “Constantine” e “Eu Sou a Lenda”) consegue transmitir essa atmosfera circense de maneira ao mesmo tempo lírica e crua, ao retratar tanto o encantamento ingênuo do picadeiro como o destempero dos “bastidores”, especialmente nas cenas dentro do trem.

"Água para Elefantes" ainda tem um ou dois furos de roteiro, mas nada comprometedor para a obra. De resto, quem quiser apreciar um filme mais “calminho” que o de Vin Diesel, é uma ótima pedida. E Pattinson nem está tão mal assim. Sério! :D



Água para Elefantes
Nota: 8.0/10



(infelizmente, não encontrei trailers que pudessem ser incorporados no post. Então, cliquem no link para assistir o trailer.)

quarta-feira, 11 de maio de 2011

[A Game of Dices] Quem precisa de um mundo novo?

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Você está na sua enésima sessão do seu RPG de fantasia medieval favorito, os jogadores já atingiram respeitáveis níveis de poder e o grupo já explorou todo o mundo de campanha. E agora? O caminho natural é levá-los para outro mundo, com outras características, de preferência bem exóticas se comparadas às do mundo original. Tanto faz se o grupo preferir “resetar” a campanha ou continuar com os personagens veteranos. Eles querem novos territórios para explorar, como bons aventureiros que são!

A maioria dos jogos de RPG dispõe de farta coleção de suplementos sobre mundos alternativos onde os jogadores podem escrever/contar suas histórias – D&D que o diga. O mais clássico RPG de fantasia medieval tem até um cenário que serve de dimensão de acesso a todos os outros planos: a famosa cidade de Sigil, do antigo suplemento Planescape, mais tarde adaptada no Manual dos Planos, na era D20. Porém, a maior curtição de um mestre de jogo é a criação de um cenário só seu, um mundo de fantasia de sua autoria, seja ele puramente inspirado nos clássicos do gênero, como Senhor dos Anéis e Crônicas de Nárnia, seja abusando de elementos inovadores e/ou exóticos, buscando referências em obras com os quadrinhos de Conan ou na ficção científica.

Mas e se o mestre, apesar da vontade, não tiver condições de tornar real esse desejo de situar a nova campanha num cenário autoral? Bem, existem alternativas. Uma delas é usar de elementos de outros jogos e mídias para ambientar as próximas sessões.

Cardgames, por exemplo. Na década de 90, existia uma certa rivalidade entre rpgistas e “cardíacos”, termo que a lendária revista Dragão Brasil usava para se referir aos que se dedicavam aos cardgames. No início, isso podia até ser verdade. O que se viu, no entanto, foi muita gente migrar de um entretenimento para o outro, sabendo curtir ambas as formas de diversão. Elas estavam relacionadas, não separadas. E isso é uma carta na manga para os mestres que querem um novo mundo.

Magic, por exemplo. O mais bem sucedido cardgame da história lança cerca de quatro novas expansões por ano, sempre reciclando o jogo e tornando-o atrativo tanto para novatos como para veteranos. Mas a Wizards of The Coast, produtora de Magic, não faz só isso. Ela baseia toda nova coleção num cenário rico de detalhes, os chamados blocos. Cada bloco é composto de três expansões (existem exceções, como Lorwyn/Pântano Sombrio, por exemplo) e dentro delas, um cenário criativo vai sendo exposto aos jogadores. É o que os desenvolvedores do jogo chamam de flavor.

O mestre está sem tempo para desenvolver seu mundo novo? Por que não procurar na coleção de um amigo que jogue Magic (ou talvez o próprio mestre ou um dos jogadores tenha sua coleção) alguma inspiração? Cicatrizes de Mirrodin, por exemplo, se passa num plano artificial chamado Mirrodin, onde todas as formas de vida e a própria geografia tem elementos metálicos intrínsecos. Pense em elfos com contornos metálicos e em humanos que mais parecem ciborgues medievais. Grifos se tornam ainda mais perigosos quando sua garras são feitas de puro aço. E um simples campo de grama alta pode ser mortal quando o gramado, na verdade, é um extenso campo de navalhas de quase um metro! (imagine o dano de correr no meio disso...). Mirrodin já é um cenário bem desafiador e pode facilmente ser adaptado para um jogo de RPG. E melhor, foram dois blocos sobre Mirrodin! É muita carta para pegar inspiração.

Ainda em Magic, temos vários outros cenários interessantes. Em Lowryn/Pântano Sombrio, temos um mundo sem humanos e povoado por fadas da cultura europeia. No entanto, Lowryn é mundo constantemente iluminado, caloroso, onde os maiores vilões são os orgulhosos e prepotentes elfos. Pântano Sombrio é o reflexo distorcido de Lowryn, repleto de criaturas malignas. Em Ravnica, as cidades tomaram a tudo, restando poucas regiões selvagens, e rola muita intriga (e guerra!) entre dez guildas responsáveis por determinados aspectos administrativos desta imensa cidade-plano. Alara, por sua vez, era um plano coeso até ser fragmentado em cinco partes. Afastadas de suas outra partes, cada fragmento desenvolveu características únicas.

Não curte Magic e derivados? Então, corre pra literatura! Duna, A Song of Ice and Fire (Crônicas de Fogo e Gelo, no Brasil), O Dia do Cervo e tantos outros títulos podem servir como mundos de campanha. Duna, mesmo sendo FC, serve bem à fantasia (você acha que Dark Sun veio de onde, hein?). Não tem tempo pra ler? Corra pros videogames. Dragon Age começou nos consoles e migrou para os RPGs, no formato old school de caixas. Caramba, não dá pra jogar um gamezinho que seja? Temos música, quadrinhos, cinema, artes plásticas... O importante é procurar algo que inspire a criação do tal novo mundo e que você possa oferecer histórias interessantes aos seus jogadores.

Agora, siga em frente e "crie" sua nova Terra-Média, Toril, Athas, Dominária ou seja lá qual for o nome!

terça-feira, 10 de maio de 2011

[Psicotrópicas] Em nome da arte

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As cinzas dos últimos cigarros se acumulavam no cinzeiro, formando uma massa escura e fedorenta que talvez ganhasse vida a qualquer momento. A luz da única lâmpada acesa era pálida e fugaz, graças a névoa de nicotina que se formara nas últimas três horas de agonia. Ela tinha que acabar tudo em poucos mais de duas horas e não tinha nada a oferecer. Nada. Seu prazo estava praticamente esgotado. Era o fim. Como se safaria? Qual a desculpa esfarrapada lançaria desta vez ao editor? “Desculpe, mas ainda não bateu inspiração pra escrever o livro, fica pra semana que vem, ok?”. Óbvio que não! Ele sabia que seu editor não daria sequer mais um milionésimo de segundo se ele pedisse, era demais depois dos dois folgados anos que recebeu para escrever um novo livro quando renovou contrato.

-Vou te dar um tempo bem grande, dois anos tá bom?

Jamais pensou que iria chegar a aquele ponto, quase 8 meses de atraso, terrível, terrível, pensava ele enquanto acendia mais um cigarro. Começou a pensar mirabolâncias, chegando até a culpar o cigarro, todos os que fumou nestes quase três anos, pelo seu atraso e irresponsabilidade.

-Escuta aqui, meu chapa, não tô mais com paciência pro teu caso. Ou você conclui o trabalho até segunda ou considere seu contrato dilacerado em finíssimas tiras, ouviu?

As duras palavras do editor ganiam em seus ouvidos, ameaçadoras. Não havia nada pior que perder um contrato desses, tão vantajoso. E pior, sendo o editor um amigo de infância… Talvez ele até desse mais algum prazo, em nome dos velhos tempos… Quié isso, o cara jamais iria perdoá-lo se aparecesse no seu escritório pedindo por mais tempo. “-Segunda, ouviu bem? Segunda ou adeus contrato!”.

Rabisca, rabisca, rabisca e nada. Nada que preste no papel. Aliás, estranha um escritor profissional ainda usar papel e grafite, não? Bem, isso para ele nunca foi problema, sempre gostou de escrever assim, no papel, abominando até a máquina de escrever. Um editor de texto, tipo Word, ele nem sabe o que é. Prefere ouvir o rabiscar incessante, como um sinal de que seus escritos estão ali, vivos, a agonia da vida no som do atrito entre grafite e papel. E embora estejam pensando que o seu atraso se deu por esse hábito, essa é a primeira vez que perdia um prazo de forma tão desleixada. O que escrever, caramba? “Tenho que correr ou perco meu dinheiro!” Aliás, contava com o dinheiro que receberia por esse livro para terminar de pagar o apartamento novo que comprara no último verão, à beira mar, voltado para a nascente, 3 quartos, 1 suíte, mais de 250m², um paraíso, e que custara uma fortuna, esta paga com um bocado da poupança, renda acumulada das vendas dos seus três últimos trabalhos. Se perdesse o contrato, ficaria devendo o apartamento, enganaria a mulher a princípio, mas logo ela o escancharia pela besteira que fez, e depois acabariam fora do paraíso, como Adão e Eva, só que desta vez, quem fez a merda foi Adão.

Melhor não pensar nisso. O livro, pense no livro… Mas como acabar um livro, que nem está na metade, só tendo duas horas pra isso? Pensou, pensou, até que o pensamento escapou de novo para ela, atrás de visão mais maravilhosa que ele já teve na vida. Soraya. Uma negra baiana que conheceu num verão desses, perdido pelas areias de Copa, em algum momento desses dois anos passados. Soraya, mulher linda, cabelos longos trançados como maliciosas serpentes, os seios volumosos, coxas grossas capazes de dobrar qualquer homem… Ai, meu Deus, o livro! Pense no livro, no livro, homem de Deus! Mas, nesse momento de aflição, Soraya causava-lhe uma anestesia geral, tão necessária aos seus nervos que ele acaba se perdendo nela. Lembrou do dia em que se conheceram, por acaso, em Copacabana, no quiosque onde tomaram água de coco e conversaram baboseiras sem fins. Então, no outro dia, coincidentemente, eles estavam lá, no mesmo quiosque, num fim de tarde dois anos atrás. Só que desta vez, conversa vai, conversa vem, e ele terminou indo ao apê dela, apenas para tomar uns drinques… Claro que no outro dia teve problemas com a mulher, que desculpa daria por ter passado a noite fora, sem aviso ou justificativa? Sabe-se lá como, conseguiu domar a fera de sua mulher e continuar casado e feliz.

Feliz, porém não inteiramente. Soraya desfilava em frente aos seu olhos, dançando alguma coisa exótica do Oriente, parecida com dança do ventre, enquanto ele se olhava no espelho e escovava os dentes. No café, o pão tinha o gosto dela, o café cheirava a ela e o doce que ele mordiscava antes de sair de casa lembrava o bico do seio dela. A fixação foi tanta que quase fez a besteira, duas vezes, de chamar a esposa pelo nome da outra, se é que Soraya podia ser chamada de outra já a essa altura. Duas semanas depois, tomou coragem e se expôs: apareceu no apartamento dela, sem pedir licença, sem ligar avisando de sua ida, nada.
(Aliás, não tinha como ligar avisando, pois não tinha o telefone dela. Sortilégios de de Soraya...)

Duas, três batidas na porta e nada. Alguns segundos depois, abre-se a porta. Soraya, de toalha, simplesmente diz “Oi!”. Ele nem responde: abre a porta, agarra aquela perfeição negra e beija-lhe, como se o beijo o alimentasse. O resto nem preciso dizer, não é mesmo?

Pois assim se fez, ele e Soraya, se reencontrando várias vezes, às escondidas, no apartamento dela. Eram tardes inesquecíveis de amor, porém custavam muito. Depois de um tempo, ficou difícil arrumar desculpa pra dar a esposa, seu amigo editor às vezes ligava pra ele do nada, podia descobrir algo. Sem contar que poucos foram os passeios, já que ele tinha amigos demais e a esposa, mais ainda. Seria reconhecido na hora, numa fila de cinema ou num bar, acompanhado de uma negra belíssima, a estudos no Rio, num mestrado em Artes Cênicas, e a esposa cuspiria fogo, despertaria o anticristo, proclamaria o apocalipse. Não, o mundo devia continuar existindo na sua mais santa paz, e ele acabou arranjando uma estranha solução: comprou um apartamento que era um paraíso, à beira mar, 3 quartos, 1 suíte, 250m² da mais pura privacidade que o dinheiro podia comprar. Saiu caro, mas valeu a pena. Podiam se ver mais vezes que antes, já que os outros condôminos eram bastante discretos, alguns até muito reclusos. Ele só vivia para ela, e ela com ele. Sem contar que podiam tecer as mais tresloucadas fantasias eróticas sem se preocupar com vizinhos, a maioria só chegava em casa a noite e pra dormir. Soraya era um espetáculo na cama. Também, com o maquinário que ela possuía, difícil um homem não enlouquecer com esta mulher. E como era fogosa, meu Deus! A mulher era um furacão, uma tormenta de virar os maiores navios. Lembrou com um riso no canto da boca da tarde em que dormiu com a cabeça apoiada na bunda de Soraya, quanta fartura, como era durinha!

Mas nem tudo são flores, principalmente quando é caso de mulher. Mais ainda quando se trata de uma baiana que estava no Rio para cursar um mestrado em Artes Cênicas. O mestrado acabou e ela tinha que voltar para sua terra, Bahia querida, pros seus parentes, seu pais, irmãos e irmãs. “Não aguento mais a distância, e meu curso já acabou mesmo. Tenho que voltar. Você num fica triste comigo não, né?”. Lógico que não ficaria triste com ela! Porém, quando a deixou na ponte de embarque do aeroporto, dando um último beijo e um adeus, ficou triste sim, pois não a teria mais. Ela voltaria para a Bahia e lá conheceria um baiano honesto, trabalhador, que lhe fizesse feliz, daria os três filhos que ela deseja ter, e ela esqueceria de um certo escritor carioca infiel com quem teve um romance apimentado e casual de dois anos. O avião ergueu-se do chão e junto, levou a felicidade dele para a Bahia.

Agora, que não tinha Soraya, ele lembrou-se da vida que quase esquecera que tinha, de escritor, de casado, e tratou de arrumar o que estava desarrumado: vendeu os móveis do seu paraíso particular, disse a mulher que tinha uma surpresa para ela – um apartamento novo! Ela ficou besta, adorou, teceu todos os elogios ao marido, se mudaram no outro dia. Quanto ao livro que devia escrever, falou com o editor, a quem nem mesmo atendia mais os telefonemas, conversou, implorou, apelou para a velha amizade e conseguiu mais três meses.

Porém, nada lhe aparecia na cabeça. Tinha a incumbência de escrever um romance policial que já deveria estar terminado cinco meses antes, mas não conseguia pensar em nada. E ei-lo aqui, nesta noite regada a nicotina, adrenalina e lembranças baianas. Tirou os olhos da janela e voltou-se para a mesa de trabalho. Algo lhe surpreendeu. Tinha o livro pronto, a sua frente, todinho escrito, bastava um retoques aqui e ali, pronto, voilá! Não era bem o que o editor pedira, mas terá que ser isso.

E foi. O editor adorou, não esperava algo assim. Pediu um policial e terminou com um apimentado romance entre um complicado roteirista carioca e uma dançarina profissional baiana que veio para o Rio fazer um curso de aprimoramento na sua arte. Maravilhoso, fenomenal, best seller em menos de uma semana! “Valeu cada segundo de espera”, confessou-lhe o amigo editor. Sucesso. A mulher o parabenizava a todo instante, orgulhosa do marido que tinha. Terminou de pagar o apartamento, limpou toda e qualquer dívida anterior e ainda caiu nas graças do amigo editor, que lhe propôs novo contrato, para mais três livros, sem prazo para conclusão e uma polpuda participação nos lucros. Sem contar que semanas depois, acabou recebendo um e-mail – e ao menos nessas horas, ele sabia usar um computador – de uma certa “Dançarina_Baiana”, dizendo que adorou o livro e que, se ele quisesse escrever uma continuação, será bem-vindo em terras soteropolitanas quando assim desejar. Pois é, tudo em nome da arte…

quinta-feira, 5 de maio de 2011

O Pai de Todos os Serial Killers

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Por Thiago José Moreira*


Roteiro impecável, narrativa afiada, visual muito bem trabalhado e efeitos sonoros simples, porém pertinentes e usados de maneira espetacular, mesmo para a década de 1930. Estas qualidades poderiam ser suficientes para descrever M – O Vampiro de Düsseldorf, obra-prima do célebre diretor austríaco Fritz Lang, e a primeira película a fazer uso do som na sua filmografia. A ideia da concepção deste filme teve como base um caso verídico acontecido na própria Alemanha, o do assassino de crianças Peter Kürten, que durante a década de 1920 cometeu cerca de 10 crimes na cidade alemã de Düsseldorf. Fica clara a inspiração logo no começo do filme, onde diversas crianças estão numa roda, brincando e cantarolando: “um, dois, um dois, e vem o homem com a machadinha cortar sua carne em pedacinhos”, para horror da mãe de uma delas. Tamanho é o uso de elementos da corrente expressionista alemã, que possui como principais expoentes os filmes do Dr. Mabuse e Metrópolis (também dirigidos por Lang), Nosferatu e A Última Gargalhada (de F. W. Murnau), e o Gabinete do Doutor Caligari (de Robert Wiene), apenas para citar alguns. O uso exarcebado do chiaroscuro (contraste violento entre luz e sombra, aliás, a sombra é usada nos primeiros trechos do filme, para imprimir o suspense sobre a verdadeira identidade do assassino), aliado ao uso inteligente dos efeitos sonoros (vale observar que, mesmo para os anos 1930, era algo bastante inovador, mesmo não tendo trilha de fundo, nem a captação de efeitos sonoros do ambiente, apenas dos diálogos), como por exemplo o assovio, uma das marcas registradas do assassino Hans Beckert (interpretado magistralmente pelo também austríaco Peter Lorre), para imprimir uma certa carga de suspense à trama. Este assovio foi tirado de Peer Gynt, Suíte I, Op. 46, composta pelo norueguês Edward Grieg. A película tem início com o desaparecimento de Elsie Beckmann (Inge Landgut), mais uma das vítimas de Beckert, e como o serial killer consegue se desvencilhar da polícia, mas não do restante das organizações criminosas, que conseguem ser ainda mais engenhosas e eficientes que a própria polícia (para a época, algo inusitado). Detalhe interessante foi o modo como os criminosos tomaram conhecimento do assassino, reconhecido por um vendedor de balões cego por conta de seu assovio, e posteriormente um dos integrantes da organização marca o casaco de Beckert com um M escrito a giz (mörder, que é a tradução para assassino, que aliás é que dá origem ao nome do filme), bem como o “julgamento” destes vários criminosos, antes mesmo da lei julgá-lo de fato. Outra cena marcante é o monólogo de Beckert diante de seus algozes criminosos, onde ele diz que simplesmente não consegue deixar de cometer os crimes, que algo mais forte o motiva a tal. Tal monólogo é mostrado de uma forma a qual o espectador não consegue sentir asco ou revolta de Beckert, como outros serial killers abordados atualmente, mas sim pena, dada a situação em que ele se encontra, prestes a ser executado sumariamente. O filme, apenas por esta cena, é uma verdadeira aula de como abordar as várias facetas da personalidade humana.



Embora não tenha o apuro visual e técnico de Metrópolis (1929), outra grande obra-prima sua, Fritz Lang previu, embora que sutilmente, todas as consequências desastrosas advindas do regime nazista para o resto do mundo. Vale lembrar também que o filme foi proibido na Alemanha pelo Partido Nazista em 1933. Fritz Lang e Peter Lorre, que eram judeus, acabaram por deixar a Alemanha e se mudaram para Hollywood. Lang acabou fazendo outros filmes marcantes nos EUA, como Os Corruptos, clássico noir de 1953. Lorre mais tarde atuaria em clássicos norte-americanos como O Falcão Maltês, do diretor John Huston, baseado na obra do escritor Dashiell Hammett. Mas mesmo assim não conseguiu superar todo o legado trazido por M. Juntamente com Metrópolis, é uma obra mais do que necessária para entender a mente de Lang e o seu modus operandi por trás das câmeras. Mesmo após oito décadas de sua realização, sua obra continua um verdadeiro marco atemporal, além de incrivelmente verossímil no que diz respeito a este distúrbio do comportamento humano.


*Thiago divide-se em dois hemisférios: um deles é hacker inveterado, o outro jornalista devotado. 27 anos, estudante da UFPE. Consumidor voraz de música, cinema, games, livros, quadrinhos e tecnologia. Não necessariamente nesta ordem.





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Texto originalmente publicado em http://patagoniaufpe.blogspot.com/2011/04/m-o-vampiro-de-dusseldorf-1931-por.html 

terça-feira, 3 de maio de 2011

Para onde vão os deuses?

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Sunset Boulevard. Podia ser apenas mais um endereço em Hollywood, uma estrada infestada por mansões de ricaços da indústria cinematográfica. Um lugar idílico, tranquilo demais para se viver do mais puro ócio que a riqueza excessiva pode proporcionar. Mas Billy Wilder decidiu que seria uma perfeita cena de crime. Tanto que já abre seu majestoso “Crepúsculo dos Deuses” com um cadáver boiando na piscina.

Curiosamente, o cadáver é o protagonista do filme, que oscila graciosamente entre o noir charmoso e o melodrama rasgado. Nosso herói é Joe Gillis (William Holden), um roteirista esforçado, porém sem sucesso, e que nos narra o imenso flashback dos fatos que levaram a sua morte, como manda um bom noir. O pobre homem, cujas dívidas o levam a artimanhas desesperadas, recorre a todas as possibilidades que conhece para postergar o fracasso definitivo. Depois de muito vai e vem, ele se vê fugindo da policia em plena Sunset Boulevard. Até que um pequeno acidente com o pneu do seu carro o introduz a uma parte do mundo que o tempo esqueceu.

Aqui, Hollywood começa a ser cindida em territórios opostos. De um lado, a lógica do novo cinema, sonorizado e colorido, moderno, com estúdios grandiosos que começam a despertar como gigantes capitalistas a engolir talentos, o progresso inevitável do caráter urbano. Do outro, uma mansão decadente, “uma casa velha como a velha de Grandes Esperanças”, símbolo de um poder enferrujado e barroco, pertencente a uma estrela apagada do cinema mudo.

Gloria Swanson - um show à parte.
Eu disse apagada? Não, não senhor, que Norma Desmond não me ouça, ela ficaria furiosa! Outrora uma diva do cinema, Norma (Gloria Swanson) vive um triste e solitário fim de carreira, porém sem perder a aura de grande estrela, contando apenas com o apoio de Max (Erich Von Stroheim), seu fiel mordomo e protetor. Naquela mansão desolada, com a piscina já cheia de ratos, é que nosso herói esfarrapado irá encontrar a solução para seus problemas financeiros.

Gillis vê a oportunidade única de usar seus talentos como escritor e tirar o pé da lama, numa só tacada. Norma, pretendendo voltar aos holofotes, o contrata para reescrever um roteiro seu, um projeto que ela vem escrevendo há anos e onde ela fará o papel principal. Para executar tal tarefa, ela convence Gillis a morar em sua mansão. Daí em diante, Norma leva nosso herói literalmente no bolso. Sua liberdade acaba no exato momento em que “assina” o pacto com o diabo. Aliás, mais certo seria vampira ou fantasma. Norma guarda o resquício sobrenatural das criaturas amaldiçoadas, presas a uma vida passada que não oferece nenhum futuro. Doente de si mesma – sua casa é repleta de quadros de quando era (realmente) famosa – Norma vive de interpretar a si própria, num reprisado momento de sucesso.

É em Norma que os elementos do melodrama mais se constituem, graças à atuação propositadamente exagerada de Gloria Swanson. As expressões marcadas demais e o gestual antinatural são celebrações à estética do cinema mudo, onde os atores interpretavam caricaturalmente, já que o público precisava entender o que se passava na tela sem uma única troca verbal. Quando está feliz, Norma exulta em cena, pura soberba. Quando triste, se afoga em lágrimas e pedidos de perdão inimagináveis. “Grite comigo, me bata, mas não me odeie”, ela chega a dizer para Gillis, num momento crucial da trama.

Quanto a Gillis, o contraponto noir, ele é um herói controverso. Foge inclusive do estereótipo do detetive, tão caro ao gênero. Apesar de guardar características do noir, como o cinismo e o sex appeal, Gillis está mais para o malandro, se aproveitando da loucura de sua “mecenas”. É curioso ver como Wilder constrói sua narrativa através de personagens tão “cinzentos”, onde os limites do certo e errado não caem bem para nenhum deles. Nem mesmo a coadjuvante Betty Schaefer (Nancy Olson) escapa, uma profissional de bastidor que se apaixona por Gillis ao longo da trama, estando noiva de um ator que é grande amigo do roteirista.

O elenco central do filme (esq. para dir.): Nancy Olson, William Holden, Gloria Swanson e Erich von Stroheim
 
Retomando a personagem de Norma, ela é apenas um dos detalhes de outra forte característica desta obra-prima de Billy Wilder: a metalinguagem crítica do cinema. A todo o momento somos lembrados que o filme se passa em Hollywood, a Meca do cinema, mesmo que poucas vezes se faça uso desse distrito de Los Angeles como cenário. Talvez uma estratégia compulsória, já que Hollywood, diferentemente de New York, Paris, Londres e Rio de Janeiro, não tem uma marca visual representativa, algo que nos traga à memória só de olhar (exceto pelo famoso letreiro branco em Mount Lee, que por pressão popular, escapou de ser demolido pela especulação imobiliária). Hollywood está lá nas mansões caras e aristocráticas, nos estúdios da Paramount, nos cenários falsos dos filmes. A urbanicidade de Hollywood é rara e indistinta, restando a ideia (ilusória?) de que todos na cidade são “gente de cinema”, e portanto a própria cidade é um enorme cenário a se realizar apenas nas películas.


A metalinguagem de “Crepúsculo dos Deuses” é tão forte que até figuras tradicionais do cinema na época aparecem interpretando a si mesmos, como o diretor Cecil B. DeMille e o ator Buster Keaton. Porém, Wilder usa da metalinguagem não apenas para um cinema do “como fazer”, mas para criticar a crueldade industrial que já naqueles tempos afetava este campo artístico. Muitas estrelas do cinema mudo, assim como Norma, foram esquecidas na era seguinte, tornando-se apenas páginas na história. Páginas respeitáveis, mas que não tiveram o gran finale digno. A cena que melhor ilustra esse olhar da indústria cinematográfica sobre si mesma é a que Norma visita um dos estúdios da Paramount para ter uma conversa com DeMille. Enquanto está sentada numa cadeira, esperando, um holofote é colocado sobre ela. Como mágica, os atores e técnicos presentes no local percebem que estão diante de uma lenda vida de seu tempo e de sua arte. Correm ao seu encontro, para idolatrá-la, o reconhecimento tácito de sua contribuição para o cinema. Mas tirada a luz, o encanto se acaba, os admiradores retornam aos seus afazeres. A deusa perdeu sua divindade. Restou uma pobre mortal, iludida, descartada pela arte que tanto ama.

Numa trama onde há espaço para o melodrama e o noir conviverem em certa harmonia, com grandes toques metalinguísticos, podemos dizer que Wilder dirigiu muito bem seu filme. “Crepúsculo dos Deuses” é uma obra inteligente e marcante, do tipo que faz falta no cinema contemporâneo mais comercial. Ao mesmo tempo em que homenageia o passado da Sétima Arte, critica sem medo os rumos do novo cinema que se operava no pós-guerra. Seu desfecho é no mínimo perturbador, onde uma Norma arrasada mentalmente desce as escadas, vivendo um simulacro de seu trabalho. Agradecendo a presença de todos, inclusive aos espectadores do filme, se referindo a aqueles que estão no “escuro da sala” ao apontar para nós, Norma se aproxima da câmera. E nesse close up, ela se esvai, indo de encontro ao seu crepúsculo derradeiro. Mas para onde vão os deuses após seu crepúsculo? Para dentro de nós, viver eternamente em nosso imaginário, como lembranças de uma era mitológica.

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Resenha para a disciplina de Cinema e Cidades, ofertada para o curso de Cinema da Universidade Federal de Pernambuco e que estou pagando como eletiva. Para ver textos dos outros alunos da disciplina - além de produções mais antigas - é só acessar o blog Patagonia.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Mil Palavras nº 8

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Fonte: AAEC - The Association of American Editorial Cartoonists

domingo, 1 de maio de 2011

Testemunhe a glória de Nova Phyrexia!

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A menos que você seja um planeswalker e esteja em outro plano de existência há tempo considerável, você com certeza já sabe que a coleção Nova Phyrexia já está totalmente disponível para visualização no site da Wizards... Como?! Você ainda não viu?!?! Então siga o link para a página de visualização e testemunhe a glória da completação phyrexiana!
Você verá coisas bem legais, como esta...



e esta...



Épico

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Só essa palavra basta para dizer o que será Harry Potter e As Relíquias da Morte Parte 2. O trailer saiu recentemente e já se podem ver imagens que serão um delírio para fãs do bruxo übermensch* de J.K Rowling. Até mesmo os não-fãs - geralmente amigos e namorados(as) dos fãs, que acabam sendo arrastados para os filmes - vão achar o derradeiro filme de Harry Potter um espetáculo. Se o mesmo cuidado que houve na parte 1 se mantiver, será um desfecho mais do que digno. Será, como já dito, épico.

Confiram o novo trailer de Harry Potter e As Relíquias da Morte Parte 2.


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*übermensch significa super-homem em alemão. Conceito criado por Nietzsche e que foi usado maldosamente pelos nazistas para justificar o mito do homem ariano. Não confundir com o personagem dos quadrinhos da DC Comics!

Será o fim dos Autobots?

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Primeiro de julho de 2011. Marque no calendário se você for fã dos Tranformers. Esta é a data para o lançamento do terceiro filme da franquia, que se chama Dark of the Moon. Ainda não assisti ao Revenge of the Fallen (segundo filme e que teve o nome traduzido para A Vingança dos Derrotados, que soa um pouco esquisito), mas em termos de batalhas, Dark of the Moon com certeza vai superar. O trailer da boas mostras que Michael Bay e sua equipe estão aloprando cada vez mais na eterna luta entre Autobots e Decepticons. A questão é: será o último filme dos Transformers?... Alguns quase rezam por isso.
(não sou um deles, com certeza).

Confiram o novo trailer de Transformers 3 - Dark of the Moon.