quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Steve Jobs: 1955 - 2011

Steve Jobs
Para alguns, um gênio, um louco. Para outros, um visionário, um homem que sempre esteve à frente de seu tempo. Para todos, um dos principais nomes que revolucionou a computação pessoal nas últimas três décadas. Steve Jobs perdeu a batalha contra uma rara forma de câncer no pâncreas ontem, pouco tempo depois de ter anunciado sua saída do cargo de CEO da Apple, empresa que ajudou a fundar juntamente com Steve Wozniak e Ronald Wayne em 1976.

Jobs, conhecido por seu espírito inovador e visionário, foi um dos responsáveis pela mudança de paradigma na computação pessoal. Computadores deixaram de ser sinônimo para pesados e caríssimos mainframes, dando espaço a máquinas mais compactas e que realizariam uma série de tarefas de maneira rápida e eficiente. Era lançado então o Apple I, um concorrente à altura das máquinas produzida pela IBM. Por falar na concorrência acirrada entre Apple e IBM, vale a pena citar o famoso comercial de lançamento do Apple Macintosh, lançado em 1984, e baseada na célebre obra do autor George Orwell. A peça, dirigida por Ridley Scott e veiculada no Super Bowl de 1984, é considerada uma das propagandas mais memoráveis na história da empresa e um dos melhores anúncios da história da propaganda, além de servir como provocação à rival.


Mesmo com toda a inovação em seus produtos, a empresa da maçã passou grande parte da década de 1990 no esquecimento, perdendo espaço para outra empresa que teve papel importante na informática, a Microsoft, capitaneada por Bill Gates, um de seus principais rivais. Isto levou ao afastamento de Steve Jobs da companhia que ajudou a criar, durante grande parte daquela década. Mas Jobs não ficou recluso, e continuou aplicando seu espírito inovador em outros empreendimentos. Foi o caso da Pixar Animation Studios, antiga divisão de computação gráfica da Lucasfilm, transformada num dos estúdios de animação mais famosos dos últimos anos. A Pixar conseguiu arrebatar nada menos que 26 Oscars e todos os seus filmes figuram na lista das maiores bilheterias de todos os tempos. É o caso de "Toy Story", "Procurando Nemo", "Wall-E", dentre outros.


Em meados de 1998, Jobs retorna para assumir o controle da empresa que ajudou a fundar na década de 1970. Era claro que o cenário precisava ser mudado, e novos públicos precisavam ser alcançados. O primeiro produto lançado neste revival foi o iMac, que chamou a atenção pelo seu design atraente e diferenciado, da autoria do inglês Jonathan Ive. Foi neste momento que a Apple passou a ser sinônimo de beleza e sofisticação em seus produtos, filosofia esta que a empresa adota até hoje em cada um de seus lançamentos.


O iMac foi o primeiro produto lançado pela Apple após
a volta de Jobs para o comando da empresa.
A Apple não pararia aí. Com o passar dos anos, a empresa revolucionaria o mercado de tecnologia com diversos outros produtos como o iPod, um dos tocadores de música digital mais famosos do mundo, o que proporcionou a criação de outros itens como o iPhone, um dos maiores sucessos de venda na telefonia celular, além do iPad, um dos últimos produtos lançados durante a gestão de Jobs como CEO. Todos estes aparelhos viraram objetos de desejo para muitos aficcionados por tecnologia, um verdadeiro culto à empresa da maçã.


Mas além de toda a beleza e sofisticação de seus produtos, além de arrebatar milhares de pessoas para os keynotes (lançamento de produtos), tanto a Apple, como Jobs, sempre prezaram pela simplicidade e usabilidade tanto nos sistemas operacionais, como em todos os seus gadgets. É exatamente esta simplicidade e este espírito ousado e inovador que muitos questionam se a empresa de Cupertino, Califórnia, irá manter após a morte de Jobs e com a gestão de Tim Cook.


Para finalizar este texto, menciono o já clássico discurso de Jobs para uma turma de graduados da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, pouco antes de ser diagnosticado com o câncer de pâncreas que tiraria sua vida. São quinze minutos que valem muito a pena serem assistidos. Veja:



"A morte é muito provavelmente a melhor invenção da vida. Lembrar-me de que todos estaremos mortos em breve é a ferramenta mais importante que encontrei para me ajudar a fazer as grandes escolhas na vida."



Thiago divide-se em dois hemisférios: um deles é hacker inveterado, o outro jornalista devotado. 27 anos, estudante da UFPE. Consumidor voraz de música, cinema, games, livros, quadrinhos e tecnologia. Não necessariamente nesta ordem.

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